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DESENVOLVIMENTO
Para presidente do BNDES, "má vontade" atrasa processo
Judiciário pára privatização, diz Gros
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Francisco
Gros, criticou o Judiciário por estar "empacando" o processo de
privatizações e, com isso, contribuindo para acentuar as vulnerabilidades do país. A afirmação foi
feita ontem, durante palestra na
Associação Comercial do Rio.
"Enquanto nossas vulnerabilidades não forem atacadas, o ente
econômico continuará com altas
taxas de juros. Ainda temos muitas privatizações para fazer e elas
começam a empacar por uma má
vontade do Judiciário. Cada dia
surge uma liminar contra a privatização A ou a privatização B."
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alcides
Tápias, que também esteve na Associação Comercial, disse que, na
questão das privatizações, o governo deve se submeter às decisões da Justiça.
"As questões judiciais são tratadas no âmbito do poder Judiciário. Cabe a nós a competência e a
maneira de justificar nossos atos,
e as decisões que tenhamos encaminhado, e nos submetermos às
decisões do Judiciário."
Globalização
Gros afirmou também que o
BNDES quer preservar alguns
grandes "players" nacionais para
competir no mercado internacional. Segundo ele, o país não tem
empresas para competir no mundo globalizado. Ele teme que, caso
não sejam criadas grandes empresas, "as nossas pequenas empresas sejam absorvidas pelas
grandes internacionais".
"Eu bato palmas para a criação
da Ambev, que se estabelecer sem
o apoio do governo, e para o grupo Ultra, que se reestruturou com
o apoio do governo."
O presidente do BNDES afirmou que dentro de duas semanas
a instituição passará por uma mudança no seu planejamento estratégico, com o objetivo de dar mais
apoio ao capital nacional e torná-lo competitivo na economia globalizada. Na avaliação dele, o Brasil ainda necessita de capital estrangeiro para manter a poupança interna. Ele disse que a idéia de
competitividade das empresas é
primordial, mas não ocorre do
dia para a noite.
"É preciso reformas para igualar o capital nacional ao dos países
mais desenvolvidos. É uma limitação de crescimento porque o
Brasil não tem como se sustentar
sozinho." Segundo Gros, para que
o país se sustente é preciso ter
uma política de exportação, redução do déficit em conta corrente,
realização das reformas estruturais e redução do tamanho do Estado "para que haja aumento dos
investimentos no setor privado".
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