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Banco Central diz que não vai abandonar o mercado de hedge
Governo segue sem intervir no câmbio, afirma Palocci
SANDRA MANFRINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, disse ontem que o
BC manterá o propósito de não
intervir no câmbio. Segundo ele, a
decisão do BC de não fazer a rolagem integral da dívida pública denominada em dólar, que gerou alta da moeda dos EUA, não é um
movimento novo, mas a continuidade de uma política que já vinha
sendo colocada em prática.
"Nós permanecemos em uma
decisão já anunciada para o país, e
confirmada hoje, no sentido de
não realizar intervenções no câmbio. Não nos parece necessário
nem correto fazer isso neste momento. Isso só se justifica, no nosso entendimento, em situações de
extremidade, que não é a situação
que vivemos", afirmou.
De acordo com o ministro, "o
que o BC realizou hoje [ontem]
foi um movimento que já vem
realizando desde os primeiros
dias do ano, de não rolar todo título cambial que vence". O objetivo, segundo Palocci, é "reduzir
progressivamente, com critérios
de mercado, sem surpresas e sem
mágicas, o endividamento cambial do país".
Ele afirmou que o BC não trabalha com uma meta de redução para a dívida cambial. "Isso depende
das condições nas quais a economia brasileira evoluir", disse.
O ministro disse ainda que, em
uma situação econômica melhor,
o próprio mercado privado dá
conta da demanda por proteção
cambial. "Aquilo que for necessário o Banco Central não deixará
de fazer. O Banco Central não está
se retirando desses papéis."
A medida
O BC anunciou que, a partir de
agora, será reduzido o volume de
operações pelas quais oferece ao
mercado proteção contra variações cambiais.
Trata-se da venda de títulos públicos corrigidos pela variação do
câmbio e das aplicações no chamado swap cambial -uma modalidade de negócio em que o BC
assume os riscos que uma desvalorização do real pode trazer a um
investidor.
Essas operações permitem que
investidores apostem na alta do
dólar ou se protejam de seus efeitos sem a necessidade de comprar
diretamente a moeda americana.
Com a redução do volume das
operações, a tendência é que a
procura por dólar aumente.
O BC intensificou o uso de títulos e swaps cambiais no ano passado, quando tentava impedir a
disparada do dólar. Agora, a instituição não vai garantir mais a renovação, ou rolagem, de 100% das
operações.
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