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CURTO
Índice proposto pela Aneel seria o menor desde a privatização; ações caíram 8,5%
Eletropaulo deve subir luz em 9,62%
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As tarifas da Eletropaulo poderão subir 9,62%, em média, no
início de julho. Esse foi o resultado dos cálculos feitos pela Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) no processo de revisão tarifária. Esse percentual pode mudar
após consulta pública, mas, se
confirmado, será o menor reajuste desde a privatização, em 1998.
O percentual proposto pela
agência ficou muito abaixo do
que foi concedido para outras
empresas de grande porte, como
Cemig e CPFL. O presidente da
Eletropaulo, Steven Clancy, disse
que o índice baixo de reajuste pode afetar a rentabilidade da empresa e "ter efeito negativo" na resolução do problema da dívida da
AES (controladora da Eletropaulo) com o BNDES.
A AES deixou de pagar ao
BNDES mais da metade de um
empréstimo de US$ 1,2 bilhão, feito para comprar a Eletropaulo. A
empresa ainda está negociando
com o banco estatal.
De acordo com Clancy, o percentual calculado pela Aneel "surpreendeu negativamente". Ele
disse que esse índice pode comprometer a rentabilidade da empresa e acabará "afetando a qualidade dos serviços prestados" e os
investimentos. As ações da distribuidora caíram 8,5%.
Ele disse que a Eletropaulo, que
atende a 5 milhões de consumidores na região metropolitana de
São Paulo, tentará negociar com a
Aneel, durante o período de consulta pública, para obter um percentual mais elevado.
A Aneel definiu ainda que no
próximo ano será aplicado um redutor de 2,58% sobre o índice
previsto no contrato da Eletropaulo.
Um dos motivos pelos quais o
reajuste da Eletropaulo ficou menor do que o de outras empresas
do mesmo porte foi a queda do
dólar. A CPFL, por exemplo, foi
reajustada com o dólar a R$ 3,47,
enquanto o dólar considerado
nos cálculos da Aneel para a Eletropaulo foi de R$ 3,10.
O dólar influencia o valor das
tarifas porque as empresas que as
distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste compram
energia da hidrelétrica de Itaipu,
que vende energia em dólar.
Outro motivo considerado pela
Aneel, segundo César Antônio
Gonçalves, superintendente de
regulação econômica, foi o fato de
a Eletropaulo ser considerada um
"sonho" de concessão -ou seja,
estar em um mercado muito bom.
De acordo com a Aneel, a Eletropaulo tem um mercado de
7.180 MWh por quilômetro quadrado, enquanto a CPFL teria
mercado para 250 MWh por quilômetro quadrado.
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