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Rodada Doha deve ter poucos avanços
Encontro para destravar negociações comerciais ocorrerá nesta semana
Avaliação técnica, porém, é a de que discussão
entre ministros sobre liberalização agrícola continuará como entrave
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o objetivo de tentar destravar novamente as negociações da Rodada Doha, representantes de EUA, Europa e
países em desenvolvimento se
reúnem nesta semana em Genebra. Apesar do esforço político, a avaliação técnica é que a
reunião tem poucas chances de
destravar o nó comercial.
O cronograma de liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio)
continua atrasado porque os
países ainda não conseguiram
se entender sobre o nível de
abertura do comércio agrícola.
A reunião de ministros acontece na quinta e na sexta-feira.
Um dos motivos para o pessimismo dos negociadores brasileiros consultados pela Folha
são as eleições legislativas nos
EUA e gerais no Brasil, previstas para este ano. Nesse cenário, os chanceleres terão pouca
manobra política para fazer as
negociações avançarem.
Os técnicos das diversas
áreas têm se reunido mensalmente em Genebra para definir as modalidades, ou seja, em
que termos serão feitas as mudanças no comércio mundial
nos próximos anos. O prazo para definir essas modalidades
venceu em abril, mas não houve entendimento. Por isso, a
reunião política, da qual participa o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, foi
convocada.
Dessa vez as principais acusações pela dificuldade de chegar a um consenso estão recaindo sobre os EUA. O governo americano não quer aumentar a redução que propôs fazer
nos gastos anuais com ajuda
doméstica aos produtores rurais, tipo de subsídio considerado mais distorcivo pelos países em desenvolvimento.
Esses subsídios são considerados uma espécie de anabolizante à competitividade dos
produtos agrícolas americanos
no mercado internacional, o
que gera uma competição desleal com os demais países.
Mas o governo americano,
segundo disseram negociadores brasileiros, só quer aumentar o corte nos gastos se a Europa melhorar a oferta que fez
para reduzir as tarifas de importação para produtos agrícolas e se os países em desenvolvimento -como Brasil, África
do Sul, Índia- aceitarem promover cortes em suas tarifas de
importação para produtos industriais maiores do que aqueles com que já se comprometeram.
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