São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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Quebra de sigilos bancário e fiscal pode anular leilão de privatização

LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A quebra dos sigilos bancário, fiscal, comercial e societário de 15 empresas envolvidas no leilão de privatização da Vale pode provocar a anulação do processo de privatização da empresa, segundo o procurador da República Ubiratan Cazzeta.
Anteontem, o TRF (Tribunal Regional Federal) negou um recurso do Bradesco que pedia a revogação da decisão do juiz Eduardo Luiz Cubas, da 4ª Vara Federal no Pará, no dia 7 deste mês.
A intenção de Cazzeta, que endossou a ação popular que pedia a quebra do sigilo, é tentar recompor o organograma das empresas e descobrir se realmente o Bradesco participou do leilão.
"Como o banco foi o avaliador da privatização, fez empréstimos a empresas que participaram do leilão e comprou ações e participações de algumas dessas empresas, é necessário questionar e detalhar todas as transações."
Das 81 ações populares contra a privatização da Vale que tramitam na Justiça do Pará, 38 questionam a participação do Bradesco. "Se necessário, usaremos os argumentos dessas ações."
As empresas que tiveram os sigilos quebrados são Valepar, Bradesco, Bradespar, Bradesplan, Paiol, União de Comércio e Participações, banco Oporttunity, Oporttunity Anafi Participações, Valetron, Belapart, Elétron, Sweet River Fund, Oporttunity Prime Fundo Mútuo de Investimentos, Companhia Siderúrgica Nacional e CSN Steel.
Também foram quebrados os sigilos bancário e telefônico de Verônica Dantas Rodenburg, sócia do Oporttunity.
Cazzeta quer entender por que o Bradesco teria comprado debêntures da Belapart e da Valetron, que são donas da Sweet River Fund, uma das acionistas da Valepar, principal sócia da Vale.



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