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Brasil é 2º maior mercado do mundo
da Reportagem Local
O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de jeans, com
quase 120 milhões de peças por
ano. O primeiro são os EUA, com
600 milhões de peças anuais. O
terceiro lugar fica entre Alemanha, Japão e Inglaterra, que comercializam cada um cerca de 100
milhões de unidades por ano.
Esses números, segundo fabricantes, sinalizam que há muito espaço para expandir a venda de
jeans no Brasil e explicam parte do
movimento das confecções para
aumentar seus negócios.
Pelo levantamento do Iemi, que
faz consultoria para o setor têxtil,
a venda de calças jeans subiu 7,3%
no primeiro semestre deste ano
em comparação com igual período de 97. Se esse crescimento se
mantiver neste semestre, o consumo de jeans no país deve chegar a
127 milhões de unidades em 98.
"Nos últimos quatro anos, o índigo sofreu com a chegada dos
brins coloridos. A venda está mais
aquecida agora por causa do inverno mais intenso", diz Marcelo
Prado, diretor do Iemi. As empresas, diz, estão se reestruturando
para voltar a disputar o mercado.
Uma das formas encontradas
para cortar custos e ter uma presença de marca mais forte no mercado tem sido a encomenda da
produção às cooperativas.
Essas cooperativas foram formadas por funcionários de empresas
do setor têxtil que encolheram ou
desapareceram. São prestadoras
de serviços que ganham por peça.
Maria Mercedes Corrales, da Levi's, diz que o sistema é bom para a
confecção e para o empregado.
"A empresa consegue dar mais
atenção ao marketing e o operário
ganha pelo que produziu e tem
melhor controle do seu negócio."
As cooperativas se proliferaram
de forma tão rápida no setor de
confecção, que a Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) decidiu iniciar um trabalho para catalogá-las. "Com as cooperativas,
o custo do operário sobre o preço
do jeans ao consumidor cai de 8%
a 10% para 1% a 2%", diz Roberto
Chadad, presidente da Abravest.
Para Prado, a contratação de
cooperativas é uma "solução paliativa para cortar custos e encargos. Se o mercado estivesse aquecido, as empresas continuariam
com as suas fábricas".
Na análise de Prado, mercado
consumidor existe. O que se vê no
Brasil é uma crise dos fabricantes,
em razão do aumento da concorrência, da queda nas vendas, do
subfaturamento das importações e
de dificuldades financeiras.
Segundo ele, em dois ou três
anos o mercado estará normalizado. Vai sobreviver quem tem tecnologia, qualidade, design, estrutura de produção, marketing e distribuição.
(FF)
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