São Paulo, segunda, 27 de julho de 1998

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Brasil é 2º maior mercado do mundo

da Reportagem Local

O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de jeans, com quase 120 milhões de peças por ano. O primeiro são os EUA, com 600 milhões de peças anuais. O terceiro lugar fica entre Alemanha, Japão e Inglaterra, que comercializam cada um cerca de 100 milhões de unidades por ano.
Esses números, segundo fabricantes, sinalizam que há muito espaço para expandir a venda de jeans no Brasil e explicam parte do movimento das confecções para aumentar seus negócios.
Pelo levantamento do Iemi, que faz consultoria para o setor têxtil, a venda de calças jeans subiu 7,3% no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período de 97. Se esse crescimento se mantiver neste semestre, o consumo de jeans no país deve chegar a 127 milhões de unidades em 98.
"Nos últimos quatro anos, o índigo sofreu com a chegada dos brins coloridos. A venda está mais aquecida agora por causa do inverno mais intenso", diz Marcelo Prado, diretor do Iemi. As empresas, diz, estão se reestruturando para voltar a disputar o mercado.
Uma das formas encontradas para cortar custos e ter uma presença de marca mais forte no mercado tem sido a encomenda da produção às cooperativas.
Essas cooperativas foram formadas por funcionários de empresas do setor têxtil que encolheram ou desapareceram. São prestadoras de serviços que ganham por peça.
Maria Mercedes Corrales, da Levi's, diz que o sistema é bom para a confecção e para o empregado. "A empresa consegue dar mais atenção ao marketing e o operário ganha pelo que produziu e tem melhor controle do seu negócio."
As cooperativas se proliferaram de forma tão rápida no setor de confecção, que a Abravest (Associação Brasileira do Vestuário) decidiu iniciar um trabalho para catalogá-las. "Com as cooperativas, o custo do operário sobre o preço do jeans ao consumidor cai de 8% a 10% para 1% a 2%", diz Roberto Chadad, presidente da Abravest.
Para Prado, a contratação de cooperativas é uma "solução paliativa para cortar custos e encargos. Se o mercado estivesse aquecido, as empresas continuariam com as suas fábricas".
Na análise de Prado, mercado consumidor existe. O que se vê no Brasil é uma crise dos fabricantes, em razão do aumento da concorrência, da queda nas vendas, do subfaturamento das importações e de dificuldades financeiras.
Segundo ele, em dois ou três anos o mercado estará normalizado. Vai sobreviver quem tem tecnologia, qualidade, design, estrutura de produção, marketing e distribuição. (FF)



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