São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2000


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Classe média é a que deve mais

DA REPORTAGEM LOCAL

A classe média não é boa pagadora. Pesquisa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) constatou que quase um terço dos inadimplentes em São Paulo pertence às classes A e B.
Na avaliação da associação, a classe média corresponde a todos os consumidores que ganham mais de R$ 1.000. Dentro dessa classificação, o total de pessoas inadimplentes na capital é de 32%. Foram entrevistadas 1.300 pessoas em São Paulo.
Quanto menor a renda, maior o cuidado em não ter o nome sujo na praça. Do total de pessoas ouvidas, o número de consumidores com as contas em atraso, que ganha entre R$ 100 e R$ 200 por mês, chega a apenas 1%.
A principal causa dos calotes continua sendo o desemprego. De cada dez pessoas com carnês em atraso, quatro perderam o emprego e por isso tiveram problemas financeiros. E duas gastaram mais do que deviam, ou seja, exageraram nos gastos.
Há, porém, poucas saídas para a classe média conseguir controlar melhor seu orçamento. Basta avaliar com cuidado o que mais pesa no seu bolso.
Os itens educação (leia-se escola particular), material didático e planos de saúde, entre outros, têm subido mais do que a inflação e não podem ser facilmente substituídos por serviços mais baratos.
"Já os produtos consumidos pelas pessoas de baixa renda -como itens da cesta básica-, que chegam a representar 33% de seus gastos, estão com os preços mais controlados porque podem ser substituídos por importados de valores mais baixos", diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
Os aumentos consecutivos nas tarifas públicas e nos combustíveis, segundo economistas, é o principal fator que tem pressionado as contas da classe média.

Crediário
O crediário mais extenso e mais em conta (juros mais baixos), segundo a associação, é que vem contribuindo para um maior movimento nas lojas neste ano.
De janeiro a julho, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), indicador das vendas a prazo, subiram 10,3% em relação a igual período do ano passado. As consultas ao Telecheque, que medem as vendas à vista, subiram 6,1% no mesmo período.
"Quando o consumidor recupera o emprego, quita as dívidas para voltar a comprar", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
É o que está acontecendo em São Paulo. De janeiro a julho, o número de carnês em atraso caiu 4,6% em relação a igual período do ano passado. (AM e FF)



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