|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Embraer capta US$ 100 mi no mercado japonês
DA REPORTAGEM LOCAL
DE WASHINGTON
A Embraer formalizou a captação de US$ 100 milhões no mercado japonês. A operação foi estruturada pelo Unibanco e pela empresa japonesa de trading Mitsui. Com vencimento em sete anos, o financiamento terá juros anuais de 8% -o mercado cogita que papéis semelhantes do governo brasileiro teriam taxa de 28%.
Para fechar a operação, o Unibanco assumiu a responsabilidade de co-pagador
-ou seja, honrará o compromisso caso a Embraer
não o faça. Por sua vez, a Nexi -agência de crédito à exportação do governo do Japão- responsabilizou-se pela cobertura de 97,5% do risco político e 90% do risco
comercial dos investidores
que compraram os papéis.
""A cobertura de risco político é a garantia de que, nos
próximos sete anos, se o Brasil não honrar seus compromissos, os investidores receberão 97,5% do que aplicaram", explica Carlos Catraio,
diretor do Unibanco. No caso do Brasil, o risco político
tem como potencializador
natural a eleição de outubro.
A operação, segundo a
Embraer, faz parte de um
plano para alongar o perfil
de sua dívida. Quarto maior
fabricante de aeronaves comerciais do mundo, a Embraer somava, ao final do
primeiro semestre de 2002,
dívida de R$ 1,514 bilhão.
Desse total, 40% representavam dívidas de curto prazo
(cerca de um ano); os demais 60%, de longo prazo.
Dois terços das dívidas da
Embraer são em dólares
-mas 96% das receitas
também são naquela moeda.
Além disso, seu patrimônio
líquido, de R$ 2,686 bilhões,
é bem superior às dívidas.
""É uma operação importante na política de alongar o
perfil da dívida. E muito
atrativa, considerando o
prazo e o custo competitivo", disse Antonio Luiz
Manso, vice-presidente-executivo da empresa.
Além de ser uma das poucas empresas brasileiras a
romper a aversão dos investidores estrangeiros, a Embraer fechou a captação em
um momento em que registra uma sensível queda de
desempenho, diretamente
relacionada à crise mundial
no mercado de aviação.
De acordo com a Secex, as
vendas externas da fabricante de aviões caíram 26% nos
oito primeiros meses deste
ano. No mesmo período,
suas importações recuaram
42%. Fechou o primeiro semestre com lucro líquido de
R$ 342,8 milhões, contra os
R$ 557,1 milhões do mesmo
período de 2001.
(JOSÉ ALAN DIAS e MARCIO AITH)
Texto Anterior: Contas externas: Crise afasta US$ 11,5 bi do Brasil em 2002 Próximo Texto: "Era FHC" tem 1º superávit externo Índice
|