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"Era FHC" tem 1º superávit externo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A conta de transações correntes, um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa do país, registrou em agosto um superávit de US$ 316 milhões. Foi o primeiro resultado mensal positivo desde setembro de 1994. Apesar da melhora, o Banco Central reduziu de novo sua estimativa de
ingresso de investimentos estrangeiros diretos neste ano -de US$
16,5 bilhões para US$ 15 bilhões.
Para este mês, a expectativa do
BC é que o superávit em transações correntes chegue a US$ 1 bilhão. No acumulado em 12 meses,
o déficit persiste, mas começa a
cair. O déficit em transações correntes acumulado no período ficou em US$ 15,2 bilhões -equivale a 3,08% do PIB (Produto Interno Bruto). É a proporção mais
baixa desde fevereiro de 1997.
A conta de transações correntes
é composta pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos importações),
da balança de serviços (pagamentos de juros da dívida externa, da
remessa de lucros para o exterior
etc.) e das transferências unilaterais (dinheiro enviado por brasileiros residentes no exterior).
A melhora no resultado desse
indicador é consequência no aumento do superávit comercial.
Segundo o BC, as exportações devem superar as importações em
US$ 9 bilhões neste ano.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes, a queda no déficit
em transações correntes reflete,
em parte, a queda no fluxo de dólares para o Brasil.
Em geral, o déficit em transações correntes é financiado com
recursos provenientes de investimentos estrangeiros diretos e de
empréstimos obtidos no exterior.
Num regime de câmbio flutuante,
a falta desses recursos obriga a
uma redução no déficit.
Enquanto a conta de transações
correntes ficou positiva, a chamada conta financeira (que inclui
empréstimos e investimentos estrangeiros) registrou um déficit
de US$ 1,525 bilhão.
Isso ocorreu porque, apesar do
ingresso de US$ 882 milhões em
investimentos diretos em agosto,
aumentaram as remessas de dólares ao exterior, referentes ao pagamento de parcelas da dívida externa do setor privado. "Para nossa felicidade, o ajuste veio muito
rápido", diz Lopes, sobre a velocidade da melhora no déficit em
transações correntes. Em 2001, ele
ficou em US$ 23,2 bilhões, e agora
deve ficar em US$ 14 bilhões.
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