São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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"Era FHC" tem 1º superávit externo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A conta de transações correntes, um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa do país, registrou em agosto um superávit de US$ 316 milhões. Foi o primeiro resultado mensal positivo desde setembro de 1994. Apesar da melhora, o Banco Central reduziu de novo sua estimativa de ingresso de investimentos estrangeiros diretos neste ano -de US$ 16,5 bilhões para US$ 15 bilhões.
Para este mês, a expectativa do BC é que o superávit em transações correntes chegue a US$ 1 bilhão. No acumulado em 12 meses, o déficit persiste, mas começa a cair. O déficit em transações correntes acumulado no período ficou em US$ 15,2 bilhões -equivale a 3,08% do PIB (Produto Interno Bruto). É a proporção mais baixa desde fevereiro de 1997.
A conta de transações correntes é composta pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos importações), da balança de serviços (pagamentos de juros da dívida externa, da remessa de lucros para o exterior etc.) e das transferências unilaterais (dinheiro enviado por brasileiros residentes no exterior).
A melhora no resultado desse indicador é consequência no aumento do superávit comercial. Segundo o BC, as exportações devem superar as importações em US$ 9 bilhões neste ano.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a queda no déficit em transações correntes reflete, em parte, a queda no fluxo de dólares para o Brasil.
Em geral, o déficit em transações correntes é financiado com recursos provenientes de investimentos estrangeiros diretos e de empréstimos obtidos no exterior. Num regime de câmbio flutuante, a falta desses recursos obriga a uma redução no déficit.
Enquanto a conta de transações correntes ficou positiva, a chamada conta financeira (que inclui empréstimos e investimentos estrangeiros) registrou um déficit de US$ 1,525 bilhão.
Isso ocorreu porque, apesar do ingresso de US$ 882 milhões em investimentos diretos em agosto, aumentaram as remessas de dólares ao exterior, referentes ao pagamento de parcelas da dívida externa do setor privado. "Para nossa felicidade, o ajuste veio muito rápido", diz Lopes, sobre a velocidade da melhora no déficit em transações correntes. Em 2001, ele ficou em US$ 23,2 bilhões, e agora deve ficar em US$ 14 bilhões.


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