São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Efeito campo
Beneficiadas pelo bom desempenho do campo e dos preços das commodities nos últimos anos, as indústrias de máquinas agrícolas tiveram forte avanço na produção. O cenário começa a mudar e essas indústrias, que já sentem pequena desaceleração, vão pisar mais forte no freio em 2005.

Produção menor
Há uma mudança de ânimo dos produtores, o que será refletido na produção de máquinas em 2005. É o que espera Persio Pastre, da Anfavea. Mas ainda é cedo para pensar em números, diz ele. Neste ano, a produção fica entre 68 mil e 69 mil unidades (58,8 mil em 2003).

Mercado externo
A queda na produção se deve mais à redução das vendas internas do que externas. Pastre diz que Chile, México, EUA, Malásia e Tailândia vão garantir boas vendas de tratores. Já o setor de colheitadeiras, que tem como principais destinos Argentina e Paraguai -produtores de grãos-, pode não ter a mesma sorte.

Bons números
O mercado externo deve trazer boas receitas para as indústrias do setor. As exportações de tratores e de colheitadeiras deverão chegar a US$ 1,6 bilhão neste ano; as do setor automotivo, a US$ 7,5 bilhões. Em 2005, crescem de 10% a 15%.

Sinal vermelho
Pastre diz que os principais entraves para o agricultor são a queda nos preços das commodities, a valorização do real e os custos maiores. Entre os fatores positivos estão a boa gestão no campo, as pesquisas e as novas tecnologias das máquinas agrícolas.

Diálogo com os chineses
Começa hoje um diálogo entre brasileiros e chineses sobre negociações nos setores de soja, óleo de soja, carnes e frutas. Essa discussão de técnicos especializados tem como objetivo preparar acordos para a visita do presidente chinês ao Brasil, no próximo mês.

Evitar problemas
Na visão de um desses técnicos, esse diálogo é importante para evitar surpresas no meio das negociações, como as ocorridas em abril com a soja. As negociações devem ser transparentes e à luz das normas da OMC, da qual a China também é membro, afirma.

Nova queda
Mais uma vez as fracas vendas e o excesso de animais para abate derrubaram os preços do frango no interior de São Paulo. O quilo da ave viva recuou para R$ 1,50 ontem, conforme pesquisa da Folha.

Área agrícola
Estimativas de analistas independentes indicam que a área a ser cultivada na safra 2004/5 terá crescimento de 4% a 7% sobre a anterior. A Conab divulga hoje a primeira estimativa apurada pelos técnicos da entidade.

Saiu do vermelho
A CNH Global teve receitas líquidas de US$ 25 milhões no terceiro trimestre, somando US$ 99 milhões no ano, contra prejuízo de US$ 46 milhões no mesmo período de 2003. Forte aumento nas vendas de equipamentos agrícolas na América do Norte e leve alta nas da América Latina garantiram as receitas do terceiro trimestre.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br


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