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CPI quer ação contra o erro nas contas de luz
Relatório pedirá que Ministério Público vá à Justiça exigir a devolução dos valores
Outra recomendação será a responsabilização penal
de servidores da Aneel e
de representantes das empresas concessionárias
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI das Tarifas de Energia
vai pedir ao Ministério Público
que entre com uma ação para
garantir aos consumidores o
ressarcimento das perdas causadas por erros no processo de
reajuste das tarifas de luz. Também será pedida a responsabilização penal de servidores da
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) e de representantes das concessionárias.
As recomendações constarão
do relatório do deputado Alexandre Santos (PMDB-RJ). Esse relatório, no entanto, poderá
não ser votado antes do encerramento da CPI, na segunda-feira. Se algum deputado pedir
vistas do relatório - hipótese
bastante provável -, ele sai de
pauta por duas sessões. Como a
CPI termina na segunda, ficará
sem um relatório.
Para o deputado Alexandre
Santos, no entanto, isso não irá
inviabilizar a iniciativa em prol
do ressarcimento e da punição
dos responsáveis. "Desde o início da CPI nós percebemos que
ela contrariava grandes interesses e, por isso, cada documento que recebemos foi repassado ao Ministério Público
e ao TCU [Tribunal de Contas
da União]", afirmou.
Dessa forma, o Ministério
Público poderia, mesmo sem o
relatório formal da CPI, abrir
uma investigação com base nos
documentos já recebidos.
"Entendo que, se o agente
público tinha conhecimento de
irregularidade, tinha que ter tomado providências. E as distribuidoras são concessionárias
de serviço público", disse.
De acordo com o TCU, erros
nos reajustes causaram perdas
de R$ 1 bilhão ao ano aos consumidores. O erro, segundo a própria Aneel, é uma falha nos contratos de concessão, assinados
nos anos 1990, que permite que
as distribuidoras fiquem com
os ganhos relativos ao crescimento do mercado, sem dividi-los com os consumidores.
Parcelamento
A proposta do relator da CPI
era que as distribuidoras devolvessem em 24 parcelas o que foi
cobrado a mais, por meio de
créditos nas contas de luz. Não
houve consenso em relação à
proposta. "Eles não aceitam devolver nada", afirmou Santos.
Ontem houve uma tentativa
fracassada de prorrogar, por
pelo menos mais cinco dias, os
trabalhos da CPI. DEM e PSDB
foram contra.
O presidente da CPI, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE),
criticou a postura da agência
reguladora. "O presidente da
Aneel [Nelson Hubner] informou que nos daria ontem
[quarta-feira] o débito das distribuidoras com o povo. Não
nos informou. Mandou correspondência, datada de 25 de novembro, dizendo que não iria
entregar as informações solicitadas pela CPI. Mais uma vez a
Aneel desrespeitou a Casa do
povo brasileiro", disse.
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