São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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JUSTIÇA

Carlos Liboni e mais cinco sócios são acusados de sonegar R$ 250 milhões

Vice da Fiesp tem prisão decretada

AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O primeiro vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), engenheiro Carlos Roberto Liboni, 52, teve a prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público Federal por suposto crime de sonegação fiscal. Ele está foragido.
Liboni e mais cinco sócios da empresa de tecnologia Smar, de Sertãozinho (335 km a noroeste de São Paulo), deixaram de pagar, segundo a Promotoria, aproximadamente R$ 250 milhões em impostos ao longo de quase 20 anos. Eles são acusados em 28 procedimentos -entre ações penais, inquéritos policiais e processos administrativos.
Segundo o advogado de Liboni, Alberto Zacarias Toron, 44, seu cliente pretende se apresentar e, para isso, aguarda a decisão sobre o pedido de habeas corpus feito na última sexta-feira ao TRF (Tribunal Regional Federal). A prisão preventiva foi decretada em 5 de dezembro.
O processo judicial mais recente contra a Smar, que gerou o pedido e a decretação da prisão preventiva dos seis empresários, refere-se ao não-pagamento de R$ 2,8 milhões em contribuições previdenciárias dos funcionários, entre setembro de 1998 e janeiro de 2001. Os demais 27 processos dizem respeito a sonegação fiscal e evasão de divisas, entre outros.
Em depoimentos na polícia, que constam no pedido de prisão, alguns diretores afirmaram que a decisão de não pagar os impostos foi consciente e tomada por toda a diretoria. Também disseram que a empresa passava por dificuldades financeiras e que, por isso, preferiu pagar o salário de seus empregados a recolher os impostos -no total, a firma tem hoje mil funcionários.
Segundo o Ministério Público, no entanto, tais alegações são "absolutamente falaciosas e inverídicas" porque o faturamento anual da Smar gira em torno de US$ 35 milhões, e o BC constatou a remessa ilegal de milhões de dólares feita pela empresa para o exterior.
A Fiesp informou ontem que todos foram pegos de surpresa e que não há definição se Liboni será afastado da vice-presidência.


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