São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Desafio do Bilbao é ser o 1º

da enviada especial

O grande desafio do Banco Bilbao Vizcaya hoje na Espanha é dar o troco ao seu maior rival, o Banco Santander. Em 15 de janeiro, o Santander, segundo maior banco espanhol, anunciou uma fusão com o Banco Central Hispano, o terceiro. Os dois tomaram do BBV a liderança no mercado local.
A briga é antiga e promete novos lances. Em sua edição da última sexta-feira, a revista "Dinero", associada à "Business Week", colocou Pedro Luis Uriarte, vice-presidente do BBV, o executivo que toca o banco no dia-a-dia, entre os 100 empresários mais poderosos e promissores da Espanha.
No artigo, a revista atribuiu a Uriarte o fortalecimento do BBV na Espanha e na América Latina e afirmou que "agora se espera dele uma resposta ao BSCH (Banco Santander Central Hispano)".
Os lances da fusão do Santander com o Central Hispano têm ocupado muito espaço na mídia espanhola.
Na semana passada, o grande assunto nos meios financeiros era a renúncia de Ana Patricia Botín, filha do principal acionista do Santander, Emilio Botín, que, antes da fusão, era cotada para substituir o pai no comando da instituição.
Ana Patricia era considerada a mulher mais poderosa das finanças do país desde quem, em 1996, o Fórum de Davos a incluiu no clube dos líderes mundiais do futuro. No mesmo ano, a "Business Week" a elegeu como um dos 25 melhores executivos do mundo e a "Euromoney" a cotou entre os dez principais executivos financeiros do mundo com menos de 40 anos. Ana Patricia está com 38.
Segundo os jornais e revistas locais, sua queda foi precipitada por um perfil publicado pelo jornal "El Pais", que insinuava que ela ocuparia a presidência do novo banco em alguns anos.
O artigo teria provocado o primeiro racha entre as cúpulas das duas instituições, por desmoralizar uma das novas diretrizes: a profissionalização da gestão do BSCH.
Para assegurar a associação, não teria restado outra alternativa a Botín a não ser permitir que a filha fosse afastada.
Botín está como co-presidente do BSCH, ao lado de José Amusátegui, que era presidente do Central Hispano.
Abaixo está o vice-presidente Ángel Corcóstegui, considerado o homem forte do novo banco, principalmente após o afastamento de Ana Patricia. Corcóstegui, por ironia, é cria do BBV, onde chegou a ocupar a diretoria-geral. (VA)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.