São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 1999

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SIDERURGIA
Grupo que detém Acesita diz que manterá estratégia de longo prazo
Dívida em dólar não adia
Frederico Aikal/Estado de Minas
Jean-Yves Gilet, presidente da siderúrgica mineira Acesita, que é controlada pelo grupo francês Usinor


investimentos, diz Usinor



do enviado especial a Belo Horizonte

Terceiro maior grupo siderúrgico do mundo, a francesa Usinor estreou seus investimentos no Brasil num momento difícil.
A empresa comprou o controle da siderúrgica mineira Acesita, em setembro do ano passado, o que lhe transformou também no maior sócio da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), do Espírito Santo.
Agora, a Usinor está amargando a alta das dívidas em dólar das duas empresas e a retração do mercado doméstico, mas a companhia francesa anunciou que pretende manter os investimentos.
"A tática de curto prazo muda um pouco, mas a visão de longo prazo não será alterada", diz o presidente da Acesita, o francês Jean-Yves Gilet.
Entre os planos mantidos pela empresa está o investimento de US$ 450 milhões numa nova fase de produção da CST, que passará a produzir não só matérias-primas como produtos semi-elaborados para a indústria automobilística.
Um relatório divulgado na semana passada pelo banco norte-americano Merrill Lynch sugere o adiamento do projeto devido à retração na economia brasileira.
O novo investimento também provoca barulho por ameaçar o domínio dos dois grandes grupos siderúrgicos brasileiros, a Usiminas e a CSN, no fornecimento para as montadoras nacionais.
"O grande dado novo no jogo da siderurgia é a entrada de um competidor do porte da Usinor", diz o analista do setor siderúrgico do banco Brascan, Luiz Caetano.
O presidente da Usinor tenta amenizar a disputa. "Vamos investir em parcerias. Nossa entrada no Brasil não é uma guerra", diz Gilet.
O front mais imediato da Usinor, no momento, é com a dívida em dólares da Acesita e da CST. Só a CST tem dívidas de mais de US$ 1 bilhão. Cerca de 60% dos débitos da Acesita são em moeda norte-americana.
"A Acesita terá aumento de receita de 10% em 1999, o que será suficiente para compensar o aumento da dívida", diz Gilet, em entrevista à Folha (leia texto abaixo).
(RICARDO GRINBAUM)



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