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SIDERURGIA
Grupo que detém Acesita diz que manterá estratégia de longo prazo
Dívida em dólar não adia
Frederico Aikal/Estado de Minas
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Jean-Yves Gilet, presidente da siderúrgica mineira Acesita, que é controlada pelo grupo francês Usinor
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investimentos, diz Usinor
do enviado especial a Belo Horizonte
Terceiro maior grupo siderúrgico do mundo, a francesa Usinor estreou seus investimentos no Brasil
num momento difícil.
A empresa comprou o controle
da siderúrgica mineira Acesita, em
setembro do ano passado, o que
lhe transformou também no maior
sócio da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), do Espírito
Santo.
Agora, a Usinor está amargando
a alta das dívidas em dólar das
duas empresas e a retração do
mercado doméstico, mas a companhia francesa anunciou que pretende manter os investimentos.
"A tática de curto prazo muda
um pouco, mas a visão de longo
prazo não será alterada", diz o presidente da Acesita, o francês Jean-Yves Gilet.
Entre os planos mantidos pela
empresa está o investimento de
US$ 450 milhões numa nova fase
de produção da CST, que passará a
produzir não só matérias-primas
como produtos semi-elaborados
para a indústria automobilística.
Um relatório divulgado na semana passada pelo banco norte-americano Merrill Lynch sugere o adiamento do projeto devido à retração na economia brasileira.
O novo investimento também
provoca barulho por ameaçar o
domínio dos dois grandes grupos
siderúrgicos brasileiros, a Usiminas e a CSN, no fornecimento para
as montadoras nacionais.
"O grande dado novo no jogo da
siderurgia é a entrada de um competidor do porte da Usinor", diz o
analista do setor siderúrgico do
banco Brascan, Luiz Caetano.
O presidente da Usinor tenta
amenizar a disputa. "Vamos investir em parcerias. Nossa entrada no
Brasil não é uma guerra", diz Gilet.
O front mais imediato da Usinor,
no momento, é com a dívida em
dólares da Acesita e da CST. Só a
CST tem dívidas de mais de US$ 1
bilhão. Cerca de 60% dos débitos
da Acesita são em moeda norte-americana.
"A Acesita terá aumento de receita de 10% em 1999, o que será
suficiente para compensar o aumento da dívida", diz Gilet, em entrevista à Folha (leia texto abaixo).
(RICARDO GRINBAUM)
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