São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda cai a R$ 2,105 com indício de fim da alta do juro nos EUA; possível pausa na queda da Selic derruba ações

Fed derruba dólar, e Copom freia Bovespa

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

Após uma semana de otimismo, a Bovespa recuou ontem 1,63%, para 39.751 pontos, por conta da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que desanimou os investidores ao dizer que, a partir de agora, eventuais reduções nos juros serão feitas com maior "parcimônia" (leia à pág. B3). No mercado de câmbio, entretanto, o dia foi positivo: o dólar comercial recuou 0,66%, para R$ 2,105, menor valor desde março de 2001, com a sinalização nos EUA de pausa na elevação dos juros (leia à pág. B7).
"Houve um certo exagero na recente euforia", afirma Jason Vieira, economista da consultoria GRC Visão. A expectativa de maiores reduções da Selic, que está atualmente em 15,75% ao ano, ajudou a Bovespa a chegar ao recorde de 40.410 pontos na quarta.
Por conta da cautela demonstrada pelo Copom na ata, a maior parte dos analistas de mercado passou a apostar que, após um novo corte de 0,75 ponto percentual dos juros no final de maio, a autoridade monetária vai parar para avaliar os efeitos da queda na economia antes de tomar outras medidas. Além disso, alguns especialistas já mudaram de opinião e agora prevêem um corte de apenas 0,5 ponto.
O mau humor provocado pela ata ofuscou, na Bovespa, a boa notícia que fez o dólar cair. O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que o banco central americano pode interromper o ciclo de altas dos juros no país, que estão em 4,75% ao ano -a expectativa é que ocorra mais uma elevação de 0,25 ponto em maio. Quando os juros da economia americana sobem, os investidores costumam abandonar suas aplicações em mercados como o brasileiro, daí o nervosismo.

Ações
A ações da Telemar fecharam ontem em baixa de 1,06%, a R$ 37,30, após a Tele Norte Leste, empresa do grupo, informar queda de 25,4% no lucro no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2005. A empresa registrou ganho de R$ 144 milhões.
Já a Natura fechou o primeiro trimestre de 2006 com lucro líquido de R$ 81,7 milhões, resultado 17,2% superior ao de igual período do ano passado, e seus papéis tiveram desvalorização de 0,03%, para R$ 25,39.


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