São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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AVICULTURA

País descobre fraude em certificados veterinários; para associação brasileira, medida não deve afetar exportações

Rússia cancela importações de frango

DA REUTERS

A Rússia informou que cancelou ontem todas as licenças de importação de frangos, depois da descoberta de que muitos certificados veterinários que acompanhavam as guias de compras eram forjados.
O órgão do governo russo que cuida das questões veterinárias informou em um comunicado que buscaria um novo sistema, mais simples, para as licenças.
"É uma questão técnica e eu acredito que será resolvida rapidamente -de dez dias a duas semanas", disse o ministro da Agricultura, Alexei Gordeyev.
"Não estamos parando de fornecer licenças. Apenas estamos substituindo as velhas por novos documentos", disse.
Os importadores russos disseram que os volumes recebidos não seriam afetados de forma significativa pela medida.
"Nós já importamos um volume significativo de carne de frango, então uma paralisação curta não afetará muito", afirmou Anton Surikov, diretor-executivo da Associação de Operadores no Mercado de Carne de Frango da Rússia.
Os EUA respondem por 80% das importações de frangos da Rússia. Em 2005, os dois países assinaram um acordo para elevar as negociações de carne de frango e bovina.

Brasil
O Brasil também é um importante fornecedor de carnes para a Rússia, incluindo frangos.
O presidente-executivo da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), Ricardo Gonçalves, afirmou que, pelas informações recebidas até o momento, "não devem ocorrer atrasos para embarques".
O Brasil é o maior exportador mundial de frangos, mas destina a maior parte da produção para o Oriente Médio, que comprou 848,5 mil toneladas em 2005, para a Ásia, que no ano passado importou 756,9 mil toneladas, e para a UE (387 mil toneladas).
Para os russos, a indústria brasileira vendeu no ano passado 258 mil toneladas, segundo a Abef -crescimento de 33,8% em relação a 2004.
As exportações totais de frango do Brasil somaram 2,84 milhões de toneladas, que geraram divisas ao país de US$ 3,5 bilhões.


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