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Despesas crescem, e aperto fiscal recua 59% até abril
Gastos com servidores sobem 24% e influenciam na queda do superávit primário
Secretário do Tesouro
atribui alta nas despesas à
estratégia do governo de
ampliar investimentos
para combater a crise
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento das despesas levou à queda de 59,3% do superávit primário (economia feita
para pagar os juros da dívida)
do governo federal no primeiro
quadrimestre do ano. Com isso,
de janeiro a abril, o superávit do
governo central (que inclui Tesouro, Banco Central e Previdência) foi de 2,08% do PIB.
Apesar da queda, a meta estabelecida em lei para o período
foi cumprida.
Com a crise financeira internacional, foi reduzida de 3,8%
do PIB para 2,5% do PIB a meta
de superávit primário de todo o
setor público (governo federal,
Estados, municípios e estatais).
Mas a meta do quadrimestre
ainda seguiu os parâmetros antigos, de fazer uma economia
mais elevada no ano. Com isso,
o governo autoriza um gasto
ainda maior a partir do segundo quadrimestre, já que a meta
é calculada no período de um
ano fechado.
O superávit de R$ 19,5 bilhões foi influenciado por um
aumento de gastos de 19% de
janeiro a abril e por uma queda
de 0,49% das receitas líquidas
(descontadas as restituições,
incentivos fiscais e repasses para Estados e municípios).
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, argumenta que o
governo adotou a estratégia de
ampliar os gastos em investimento para combater a crise.
"O governo já cortou um número grande de despesas de custeio e vai continuar mantendo a
prioridade para os investimentos. Isso significa que todo o
PAC não será contingenciado."
Mas o que mais pesa nas contas públicas deste ano são as
despesas com servidores públicos e benefícios da Previdência.
Os gastos totais do governo
nos quatro primeiros meses
deste ano somaram R$ 171,5 bilhões. As despesas com servidores respondem por R$ 49,9
bilhões, valor 24,2% maior que
no mesmo período de 2008. Os
desembolsos para pagar benefícios da Previdência foram de
R$ 68,6 bilhões (+13,5%).
Os gastos de custeio, como
são chamadas as despesas gerais da máquina pública, somaram R$ 45,078 (alta de 21,2%
no primeiro quadrimestre).
Entre os grupos de despesa, a
menor é com investimentos, de
R$ 6,761 bilhões. O valor é
25,8% maior que no mesmo período do ano passado.
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