São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Despesas crescem, e aperto fiscal recua 59% até abril

Gastos com servidores sobem 24% e influenciam na queda do superávit primário

Secretário do Tesouro atribui alta nas despesas à estratégia do governo de ampliar investimentos para combater a crise


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento das despesas levou à queda de 59,3% do superávit primário (economia feita para pagar os juros da dívida) do governo federal no primeiro quadrimestre do ano. Com isso, de janeiro a abril, o superávit do governo central (que inclui Tesouro, Banco Central e Previdência) foi de 2,08% do PIB. Apesar da queda, a meta estabelecida em lei para o período foi cumprida.
Com a crise financeira internacional, foi reduzida de 3,8% do PIB para 2,5% do PIB a meta de superávit primário de todo o setor público (governo federal, Estados, municípios e estatais). Mas a meta do quadrimestre ainda seguiu os parâmetros antigos, de fazer uma economia mais elevada no ano. Com isso, o governo autoriza um gasto ainda maior a partir do segundo quadrimestre, já que a meta é calculada no período de um ano fechado.
O superávit de R$ 19,5 bilhões foi influenciado por um aumento de gastos de 19% de janeiro a abril e por uma queda de 0,49% das receitas líquidas (descontadas as restituições, incentivos fiscais e repasses para Estados e municípios).
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, argumenta que o governo adotou a estratégia de ampliar os gastos em investimento para combater a crise. "O governo já cortou um número grande de despesas de custeio e vai continuar mantendo a prioridade para os investimentos. Isso significa que todo o PAC não será contingenciado."
Mas o que mais pesa nas contas públicas deste ano são as despesas com servidores públicos e benefícios da Previdência.
Os gastos totais do governo nos quatro primeiros meses deste ano somaram R$ 171,5 bilhões. As despesas com servidores respondem por R$ 49,9 bilhões, valor 24,2% maior que no mesmo período de 2008. Os desembolsos para pagar benefícios da Previdência foram de R$ 68,6 bilhões (+13,5%).
Os gastos de custeio, como são chamadas as despesas gerais da máquina pública, somaram R$ 45,078 (alta de 21,2% no primeiro quadrimestre).
Entre os grupos de despesa, a menor é com investimentos, de R$ 6,761 bilhões. O valor é 25,8% maior que no mesmo período do ano passado.


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