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Meirelles descarta taxação de aplicações estrangeiras no país
Para o presidente do Banco Central, desvalorização do dólar é fenômeno global
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, classificou ontem a desvalorização
do dólar como um "fenômeno
mundial" e descartou, por ora,
tributar a entrada de capital estrangeiro especulativo com
IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras).
Até outubro de 2008, o Brasil
taxava as aplicações de estrangeiros em renda fixa com alíquota de 1,5% de IOF. Com a
chegada da crise econômica no
último trimestre do ano, o governo decidiu zerar o IOF sobre
aplicações em títulos públicos,
assim como em operações de
câmbio nos mercados financeiro e de capital.
"Se em algum momento for
necessário, o IOF seria o tipo de
instrumento a ser usado. Não
estou dizendo que vai ser feito.
E por que não é o momento?
Porque não está configurado
esse quadro [entrada maciça de
capital estrangeiro para investir em títulos públicos]", declarou Meirelles em audiência pública no Congresso. "A entrada
de dólar não é resultado do diferencial de taxa de juros."
Para o BC, a entrada de dólar
-que derruba a cotação da
moeda americana- é decorrente da retomada de crédito lá
fora por parte das empresas
brasileiras, das aplicações de
estrangeiros na Bolsa e do investimento direto das filiais de
multinacionais no Brasil.
Meirelles disse ainda que o
dólar vem se depreciando também em relação a outra moedas, como o euro. "Existe um
fenômeno mundial de desvalorização do dólar. Não podemos
olhar apenas a valorização do
real." Segundo ele, o real subiu
2,4% ante a moeda americana
desde 8 de maio. No mesmo período, o euro se valorizou em
2,7% em relação ao dólar.
Para Meirelles, o comportamento do câmbio no Brasil e
outros grandes exportadores
de produtos básicos é semelhante. Quando o preço das
commodities sobe, aumenta o
valor exportado em dólar e,
consequentemente, a cotação
da moeda americana cai.
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