São Paulo, quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Meirelles descarta taxação de aplicações estrangeiras no país

Para o presidente do Banco Central, desvalorização do dólar é fenômeno global

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, classificou ontem a desvalorização do dólar como um "fenômeno mundial" e descartou, por ora, tributar a entrada de capital estrangeiro especulativo com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Até outubro de 2008, o Brasil taxava as aplicações de estrangeiros em renda fixa com alíquota de 1,5% de IOF. Com a chegada da crise econômica no último trimestre do ano, o governo decidiu zerar o IOF sobre aplicações em títulos públicos, assim como em operações de câmbio nos mercados financeiro e de capital.
"Se em algum momento for necessário, o IOF seria o tipo de instrumento a ser usado. Não estou dizendo que vai ser feito. E por que não é o momento? Porque não está configurado esse quadro [entrada maciça de capital estrangeiro para investir em títulos públicos]", declarou Meirelles em audiência pública no Congresso. "A entrada de dólar não é resultado do diferencial de taxa de juros."
Para o BC, a entrada de dólar -que derruba a cotação da moeda americana- é decorrente da retomada de crédito lá fora por parte das empresas brasileiras, das aplicações de estrangeiros na Bolsa e do investimento direto das filiais de multinacionais no Brasil.
Meirelles disse ainda que o dólar vem se depreciando também em relação a outra moedas, como o euro. "Existe um fenômeno mundial de desvalorização do dólar. Não podemos olhar apenas a valorização do real." Segundo ele, o real subiu 2,4% ante a moeda americana desde 8 de maio. No mesmo período, o euro se valorizou em 2,7% em relação ao dólar.
Para Meirelles, o comportamento do câmbio no Brasil e outros grandes exportadores de produtos básicos é semelhante. Quando o preço das commodities sobe, aumenta o valor exportado em dólar e, consequentemente, a cotação da moeda americana cai.


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