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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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Kirchner reafirma que não cede às exigências do FMI e do mercado

DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, repetiu ontem frases do seu discurso de posse, em que afirmava que não iria "ceder" às exigências do FMI (Fundo Monetário Internacional) nem do mercado financeiro.
As declarações foram feitas na Província de Chubut, sul da Argentina, três dias após uma visita do diretor-gerente do Fundo, Horst Köhler, ao país, e um dia depois de o porta-voz da instituição, Thomas Dawson, ter afirmado "compreender" a decisão do Ministério da Economia de controlar a entrada de capital especulativos no mercado argentino.
Desde a posse, Kirchner tem sido enfático ao dizer que não permitirá interferências no seu programa de governo, fazendo valer a frase que dizia desde a campanha de que "não deixaria os ideais na porta da Casa Rosada".
Kirchner afirmou ter advertido o representante do FMI durante sua estada de dois dias no país, que "acabou o tempo daqueles que vinham à Argentina para provocar e repreender o governo".
Köhler, na última terça-feira, afirmou que o Fundo pretende fechar um acordo de três anos com o governo argentino e que "entende" que o país precisa de tempo para implantar as reformas cobradas.
O diretor do FMI disse ainda que estava "convencido" das boas intenções do novo governo e que Kirchner tem o projeto certo para melhorar as condições econômicas e sociais do país.
Kirchner, mais uma vez, criticou o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) e disse que, agora, a Argentina tem um governo que se preocupa primeiro com as necessidades da população. "Houve outro [chefe de Estado] que na década passada passeava pelo mundo e que tinha ao seu lado os representantes do FMI."
(ELAINE COTTA)


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