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APERTO MENOR?
Chefe da missão do FMI no Brasil diz que estuda flexibilização
Investimento em habitação
pode ficar fora da meta fiscal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O FMI (Fundo Monetário Internacional) poderá permitir que
o governo invista em habitação
sem afetar a meta de superávit
primário. A flexibilização seria
feita nos mesmos moldes do que
foi acertado no ano passado para
gastos em saneamento básico.
"Essa é uma possibilidade, mas
tem que ser vista no contexto
mais amplo do programa de investimentos do governo. O governo tem que decidir onde estão
suas prioridades e quais os projetos que dão mais retorno, tanto
do ponto de vista social quanto do
ponto de vista fiscal", disse Charles Collyns, chefe da missão do
FMI para a oitava revisão do atual
acordo que o país tem com a instituição.
Collyns deu a declaração após
reunião com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, em Brasília.
O ministro disse que o país precisa investir aproximadamente
R$ 20 bilhões por ano, nos próximos 20 anos, para universalizar
habitação com saneamento básico nas cidades. Apesar de a conversa com o FMI não ter sido conclusiva, o ministro se mostrou otimista. "Não existe conversa perdida", disse.
Saneamento
No ano passado, ao renovar o
acordo que havia sido fechado em
2002, o governo acertou com o
FMI que investimentos de até R$
2,9 bilhões em saneamento seriam excluídos da meta de superávit primário (economia de receitas para pagamento de juros).
Collyns ressaltou que as medidas para aumentar investimento
foram discutidas em outra missão
do FMI. "Aquela missão foi muito
bem, fez progressos. Nós sempre
reconhecemos a importância de
investimento público", disse.
Ontem, o Fundo divulgou nota
na qual confirma que pretende
concluir as discussões sobre formas de aumentar investimentos
públicos no país antes do final do
ano. "Eu acho que nós vamos ter
resultados desse trabalho que irão
permitir espaço adicional para investimento público", disse.
Recuperação
Em seu segundo dia no Brasil,
Collyns disse que a economia brasileira passa por um processo de
forte recuperação.
"A economia está realmente se
recuperando muito fortemente",
afirmou ele, após se reunir com
técnicos do Tesouro.
Segundo Collyns, a economia
do Brasil "ganha força". "As perspectivas que temos são muito
boas", afirmou.
Para Collyns, "a missão vai
bem". O Brasil já cumpriu antecipadamente e com folga a sua
principal meta para o primeiro
semestre -o superávit primário.
O acordo previa uma economia
do governo de R$ 32,6 bilhões entre janeiro e junho deste ano. Até
maio, último dado divulgado pelo
governo, o superávit já estava em
R$ 38,268 bilhões. A meta anual
de superávit primário, acertada
com a instituição, é de 4,25% do
PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país).
Se a revisão do acordo for aprovada, como é esperado, o Brasil
poderá sacar cerca de US$ 1,3 bilhão. Na última revisão, há cerca
de três meses, o governo brasileiro preferiu não usar o dinheiro. O
acordo com o Fundo envolve recursos de US$ 40,1 bilhões.
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