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PREVIDÊNCIA
Sentenças levam R$ 2,5 bi
Pagamento de dívidas eleva o déficit do INSS
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit da Previdência Social
apresentou ligeira queda em setembro na comparação com
agosto -redução de 1%-, mas
atingiu R$ 20 bilhões nos nove
primeiros meses do ano.
O valor acumulado representa
crescimento real (acima da inflação) de 9,6% em relação ao mesmo período de 2003.
Na avaliação do secretário de
Previdência Social, Helmut
Schwarzer, o aumento no déficit
acumulado entre janeiro e setembro se deve, principalmente, ao
elevado gasto do governo com o
pagamento de sentenças judiciais
aos aposentados.
Neste ano, já foram desembolsados R$ 2,5 bilhões com as decisões judiciais. A grande maioria é
referente à dívida criada entre
março de 1994 e fevereiro de 1997
por um erro no cálculo das aposentadorias. Na época, não foi
usado o IRSM (Índice de Reajuste
do Salário Mínimo) para definir o
valor inicial dos benefícios.
A previsão da Previdência Social é que as contas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
fechem o ano com saldo negativo
de R$ 29,7 bilhões.
"Se quisesse ser mais ousado e
trabalhar com hipóteses mais otimistas, sem que haja nenhuma
surpresa na questão das sentenças judiciais, poderíamos rever
esse número para baixo", declarou Schwarzer.
Ele diz que, nesse novo cenário,
o déficit anual poderia ficar em R$
29,4 bilhões. A melhoria do mercado de trabalho, que reflete positivamente nos números da Previdência, e a recuperação de créditos são os principais motivos para
o otimismo do secretário.
Em setembro, a arrecadação líquida da Previdência atingiu seu
segundo maior valor na história
-R$ 7,527 bilhões. O melhor resultado foi registrado no mês anterior -R$ 7,596 bilhões.
A secretária-executiva do Ministério da Previdência, Lieda
Amaral, justificou a redução na
arrecadação com a greve dos bancários. "As receitas correntes caíram porque alguns recolhimentos não puderam ser feitos por
causa da greve dos bancários."
Schwarzer destacou que a recuperação de créditos, no entanto,
foi melhor em setembro do que
em agosto. Um dos motivos é a
melhora no cenário econômico,
que permite às empresas regularizar seus débitos com o INSS.
Assim como a receita, o pagamento de benefícios também
apresentou queda em setembro
(0,9%) na comparação com agosto. Por essa razão, houve o recuo
do déficit de R$ 2,575 bilhões para
R$ 2,550 bilhões.
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), Edson Vidigal, sugeriu ao ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) a liberação de mais R$ 900 milhões, por
meio de crédito suplementar, para o pagamento de correção de
benefícios da Previdência. Para
ele, o dinheiro poderia ser liberado em três parcelas, de R$ 300 milhões cada uma.
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