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MERCADO FINANCEIRO
Documento do BC com explicações para o aumento dos juros sai hoje; trégua do petróleo dita a alta na Bolsa
Analistas prevêem ata pessimista do Copom
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado conhecerá hoje a ata
da reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária) realizada na
última semana. Como a intenção
do Banco Central é a de fazer as
expectativas de inflação recuarem, o documento deve vir com
tom pessimista. Ao menos é o que
esperam analistas financeiros.
Ontem o dia não foi de grandes
oscilações no mercado, especialmente no segmento de juros futuros. O dólar caiu 0,14%, a R$ 2,86.
A trégua dada pelo petróleo se
refletiu principalmente no mercado acionário. A Bolsa de Valores
de São Paulo fechou com valorização de 1,41. O risco-país caiu
4,6%. Em Nova York, o Dow Jones subiu 1,15%. A Nasdaq, em
que são negociadas as ações de
empresas de alta tecnologia, fechou com ganho de 2,14%.
No boletim Focus -realizado
pelo Banco Central com as instituições financeiras- apresentado na segunda-feira, as projeções
para a inflação cresceram, apesar
da elevação da taxa básica de juros. A Selic subiu para 16,75% na
semana passada. Um dos principais pontos de preocupação do
governo é exatamente com o persistente aumento das expectativas
futuras de inflação.
"O trabalho que o BC tem realizado é para fazer com que as expectativas de inflação convirjam
para a meta [de inflação]", afirma
o economista Jorge Simino, da
MS Consulting.
A última pesquisa semanal feita
pelo BC mostra que a expectativa
é a de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, utilizado para acompanhar a meta de
inflação) tenha alta de 5,89% no
próximo ano. Na semana anterior, a projeção era de 5,81%. O
BC fixou uma inflação de 5,1% como meta a seguir em 2005.
Espera
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções dos
contratos DI (Depósito Interbancário) não oscilaram muito.
O contrato que vence na virada
do ano fechou ontem com taxa de
17,14% anuais. Isso demonstra a
perspectiva do mercado de que os
juros básicos ainda seguirão em
trajetória de alta.
A ata do Copom (formado por
diretores e o presidente do BC)
poderá trazer um cenário mais
claro no que se refere aos próximos passos a serem dados pelo
Banco Central na condução de
sua política monetária.
(FABRICIO VIEIRA)
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