|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS PÚBLICAS
Saldo entre receitas e despesas atinge R$ 33,8 bi até outubro
Governo supera meta de superávit
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o superávit obtido em outubro, o governo federal ultrapassou sua meta de economia de receitas prevista para o ano. O Tesouro Nacional está avaliando
agora se será possível aumentar as
despesas com investimentos e
manutenção da máquina pública
neste final de ano.
A meta de economia de receitas
para pagamento de juros (superávit primário) é de R$ 30,7 bilhões
até dezembro, mas o governo federal obteve R$ 33,8 bilhões até
outubro. No mês passado, o superávit foi de R$ 3,8 bilhões.
A possibilidade de o mês de dezembro ser deficitário por causa
do 13º salário não preocupa o secretário do Tesouro Nacional,
Eduardo Guardia. Em 2001, o déficit foi de R$ 4,9 bilhões em dezembro.
Segundo ele, além das despesas
normais de cada mês, existem hoje R$ 2,3 bilhões em despesas autorizadas até outubro e que ainda
não foram feitas. Ou seja, os ministérios deixaram de gastar recursos que estavam disponíveis.
Guardia explicou que a "folga"
de caixa pode estar acontecendo
por problemas de cronograma de
pagamentos. Em outubro, por
exemplo, os ministérios consumiram R$ 1,1 bilhão a mais que em
setembro em investimentos e manutenção da máquina.
Mesmo que o dinheiro parado
seja totalmente gasto entre novembro e dezembro, Guardia
afirmou que "não há hipótese de
descumprimento da meta".
"Pelo contrário, estamos vendo
se é possível liberar mais", disse.
Com o final do ano e, principalmente, com o final do governo, a
pressão por mais gastos deve aumentar.
Receitas
As receitas do governo federal,
também chamado de governo
central (Tesouro Nacional, Banco
Central e Previdência Social),
cresceram 18,2% entre janeiro e
outubro em relação ao ano passado. As despesas cresceram 15,2%.
O resultado de outubro poderia
ser melhor não fossem os déficits
da Previdência Social, de R$ 1,1 bilhão, e do BC, de R$ 58,2 milhões.
O Tesouro Nacional teve superávit de R$ 5 bilhões.
No início de novembro, por
causa de uma arrecadação extra
da Receita Federal (imposto sobre
aplicações ligadas à variação cambial), o governo já havia ampliado
os gastos previstos para o ano em
R$ 1,6 bilhão.
Para o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) o
que interessa é a economia de receitas do setor público como um
todo (governo federal, Estados,
municípios e estatais).
Nesse caso, a meta é economizar 3,88% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2002. O esforço feito
pelo governo federal até outubro
corresponde a 3,19% do PIB. No
ano passado, no mesmo período,
haviam sido economizados 2,66%
do PIB.
Texto Anterior: Argentina: Justiça deve ordenar dolarização de contas Próximo Texto: Novo ministro da Fazenda terá R$ 45 bi no caixa Índice
|