São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tensão com Dubai diminui, e Bovespa sobe 1%; dólar cai

Nos EUA, Bolsa, que não funcionou na quinta, recua

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o susto de quinta-feira, os mercados minimizaram ontem o impacto da indesejada moratória de Dubai (Emirados Árabes Unidos) nas instituições financeiras europeias. Tanto que as Bolsas da região fecharam em alta. A Bovespa manteve-se em sintonia com o mercado europeu e também encerrou ontem com ganhos, de 1,04%. O dólar recuou 0,34%, vendido a R$ 1,744.
Os problemas financeiros enfrentados por Dubai ainda respingaram nos Estados Unidos -cujo mercado estava fechado na quinta-feira, devido ao feriado do Dia de Ação de Graças. O índice Dow Jones registrou baixa de 1,48%. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 1,73%. Na Ásia, também ainda houve repercussão negativa: a Bolsa de Tóquio perdeu 3,22%.
O novo imbróglio financeiro começou na noite de quarta-feira, quando surgiu a informação de que o conglomerado estatal Dubai World pediria moratória de sua dívida, estimada em US$ 59 bilhões, por seis meses. Com o temor de que grandes instituições financeiras europeias estivessem muito expostas a essa dívida, os mercados desabaram anteontem.
Apesar do clima menos tenso de ontem, todas as 30 ações que formam o Dow Jones terminaram com perdas, com destaque para as baixas dos papéis do setor bancário, como Bank of America (-3,01%) e JPMorgan Chase (-1,97%).
A Bolsa de Londres subiu 0,99%; e Frankfurt, 1,27%.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo, o pregão de ontem representou o retorno aos 67 mil pontos -encerrou o dia com 67.082 pontos. Na semana, conquistou valorização de 1,14%, com 42 dos 62 papéis do Ibovespa em alta.
"Se o nervosismo dos mercados por conta da Dubai World se dissipar e tivermos surpresas positivas com os dois principais indicadores da semana que vem, que são a produção industrial brasileira e o relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano, há grandes chances de vermos o índice Ibovespa ao redor dos 70 mil pontos", afirma José Góes, economista da WinTrade.
Com valorização de 9% no mês, a Bovespa caminha para registrar seu melhor desempenho desde maio -quando subiu 12,4%. No ano, os ganhos de 78,65% são os maiores desde 2003 (97,3% de alta).
Para o capital externo, a rentabilidade da Bovespa em 2009 é ainda maior. Em dólares, a apreciação está em 139%.
Após a decisão do governo de passar a cobrar IOF do capital externo que aplica em papéis de companhias brasileiras, os investidores estrangeiros se retraíram um pouco. Apesar de o balanço de suas operações ainda ser positivo -ou seja, mais compraram que venderam ações-, está em nível muito menos intenso do que o verificado nos últimos meses.
Até o dia 25, o saldo dos negócios externos no pregão da Bolsa estava positivo em R$ 697,5 milhões. No mês passado, já sob o impacto da cobrança de IOF, o saldo foi de R$ 1,15 bilhão. Em setembro, ficou em R$ 4,04 bilhões.
Ontem, os estrangeiros venderam ações mais fortemente na abertura do pregão, quando a Bolsa chegou a recuar 0,99%. Mas, durante as operações, as ações mais negociadas se recuperaram e tiraram o Ibovespa do vermelho. O petróleo em baixa -recuou 2,45% em Nova York, para US$ 76,05- não afetou os papéis preferenciais da Petrobras, que fecharam em valorização de 1,17%.
As ações dos bancos recuperaram parte da baixa de anteontem: BB ON subiu 1,95%; Bradesco PN, 0,75%; e Itaú Unibanco PN ganhou 0,61%.


Texto Anterior: Emirado se deixou levar pelo próprio sucesso
Próximo Texto: Vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.