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Tensão com Dubai diminui, e Bovespa sobe 1%; dólar cai
Nos EUA, Bolsa, que não
funcionou na quinta, recua
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o susto de quinta-feira,
os mercados minimizaram ontem o impacto da indesejada
moratória de Dubai (Emirados
Árabes Unidos) nas instituições financeiras europeias.
Tanto que as Bolsas da região
fecharam em alta. A Bovespa
manteve-se em sintonia com o
mercado europeu e também
encerrou ontem com ganhos,
de 1,04%. O dólar recuou
0,34%, vendido a R$ 1,744.
Os problemas financeiros
enfrentados por Dubai ainda
respingaram nos Estados Unidos -cujo mercado estava fechado na quinta-feira, devido
ao feriado do Dia de Ação de
Graças. O índice Dow Jones registrou baixa de 1,48%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq caiu 1,73%.
Na Ásia, também ainda houve
repercussão negativa: a Bolsa
de Tóquio perdeu 3,22%.
O novo imbróglio financeiro
começou na noite de quarta-feira, quando surgiu a informação de que o conglomerado estatal Dubai World pediria moratória de sua dívida, estimada
em US$ 59 bilhões, por seis meses. Com o temor de que grandes instituições financeiras europeias estivessem muito expostas a essa dívida, os mercados desabaram anteontem.
Apesar do clima menos tenso
de ontem, todas as 30 ações que
formam o Dow Jones terminaram com perdas, com destaque
para as baixas dos papéis do setor bancário, como Bank of
America (-3,01%) e JPMorgan
Chase (-1,97%).
A Bolsa de Londres subiu
0,99%; e Frankfurt, 1,27%.
Para a Bolsa de Valores de
São Paulo, o pregão de ontem
representou o retorno aos 67
mil pontos -encerrou o dia
com 67.082 pontos. Na semana, conquistou valorização de
1,14%, com 42 dos 62 papéis do
Ibovespa em alta.
"Se o nervosismo dos mercados por conta da Dubai World
se dissipar e tivermos surpresas positivas com os dois principais indicadores da semana
que vem, que são a produção industrial brasileira e o relatório
sobre o mercado de trabalho
norte-americano, há grandes
chances de vermos o índice
Ibovespa ao redor dos 70 mil
pontos", afirma José Góes, economista da WinTrade.
Com valorização de 9% no
mês, a Bovespa caminha para
registrar seu melhor desempenho desde maio -quando subiu 12,4%. No ano, os ganhos de
78,65% são os maiores desde
2003 (97,3% de alta).
Para o capital externo, a rentabilidade da Bovespa em 2009
é ainda maior. Em dólares, a
apreciação está em 139%.
Após a decisão do governo de
passar a cobrar IOF do capital
externo que aplica em papéis
de companhias brasileiras, os
investidores estrangeiros se retraíram um pouco. Apesar de o
balanço de suas operações ainda ser positivo -ou seja, mais
compraram que venderam
ações-, está em nível muito
menos intenso do que o verificado nos últimos meses.
Até o dia 25, o saldo dos negócios externos no pregão da Bolsa estava positivo em R$ 697,5
milhões. No mês passado, já
sob o impacto da cobrança de
IOF, o saldo foi de R$ 1,15 bilhão. Em setembro, ficou em
R$ 4,04 bilhões.
Ontem, os estrangeiros venderam ações mais fortemente
na abertura do pregão, quando
a Bolsa chegou a recuar 0,99%.
Mas, durante as operações, as
ações mais negociadas se recuperaram e tiraram o Ibovespa
do vermelho. O petróleo em
baixa -recuou 2,45% em Nova
York, para US$ 76,05- não afetou os papéis preferenciais da
Petrobras, que fecharam em
valorização de 1,17%.
As ações dos bancos recuperaram parte da baixa de anteontem: BB ON subiu 1,95%;
Bradesco PN, 0,75%; e Itaú
Unibanco PN ganhou 0,61%.
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