São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda dos EUA recua 0,71% e fecha a R$ 2,647; tendência de alta de juros estimula desvalorização

Dólar cai ao menor valor desde junho de 2002

DA REPORTAGEM LOCAL

Os leilões de compra de moeda que o BC tem feito há quase dois meses não têm sido suficientes para segurar o dólar, que segue derretendo. A moeda dos EUA perdeu 1,53% de seu valor nesta semana. Ontem, o dólar atingiu seu menor preço diante do real desde junho de 2002: R$ 2,647, queda de 0,71%.
As taxas de juros futuros voltaram a subir. O ajuste, que ganhou força após a divulgação da ata do Copom na quinta-feira, foi estimulado ontem pelo resultado da inflação medida pela Fipe -que veio mais forte que o esperado.
Como a alta dos preços é exatamente o que preocupa e tem levado o BC a manter o aperto monetário iniciado em setembro, qualquer sinal de pressão inflacionária tende a piorar o humor do mercado financeiro.
"Com o BC avisando que o ciclo de alta dos juros ainda não acabou, a tendência de baixa do dólar se reforça. Isso porque os investidores estrangeiros têm mais motivos [juros mais altos] para trazer dólares ao país. E, como ninguém está querendo comprar dólares, o valor da moeda vai caindo", afirma Jorge Simino, sócio-diretor da MS Consulting.
As taxas prefixadas do "swap" de 360 dias não param de subir. Ontem, foram de 18,68% para 18,80%. Há um ano, essa taxa estava em 15,20%. Para o setor privado, essa elevação significa custos mais altos para conseguir tomar empréstimos.
Para colaborar com o dia negativo, nas mesas de operações dos bancos muito se especulou sobre uma já esperada troca de diretores do BC. Alguns operadores disseram acreditar que isso poderia ocorrer ainda no fim de semana.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as taxas fecharam novamente em alta. A ata da última reunião do Copom mostrou que o BC não vai interromper tão cedo o ciclo de alta da taxa básica (Selic), que subiu neste mês de 17,75% para 18,25%.
O contrato DI que vence em seis meses fechou com taxa de 19,20%, ante 19,04% de quarta.
A Bovespa está encontrando dificuldades para deslanchar. A queda acumulada em 2005 já é de 8,51%. E o atual cenário, que prevê juros ainda mais elevados nos próximos meses, tende a ser perverso para o mercado acionário. Na semana, o desempenho da Bovespa não foi tão ruim. A Bolsa conseguiu subir um pouco -0,63%. (FABRICIO VIEIRA)


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