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MERCADO FINANCEIRO
Moeda dos EUA recua 0,71% e fecha a R$ 2,647; tendência de alta de juros estimula desvalorização
Dólar cai ao menor valor desde junho de 2002
DA REPORTAGEM LOCAL
Os leilões de compra de moeda
que o BC tem feito há quase dois
meses não têm sido suficientes
para segurar o dólar, que segue
derretendo. A moeda dos EUA
perdeu 1,53% de seu valor nesta
semana. Ontem, o dólar atingiu
seu menor preço diante do real
desde junho de 2002: R$ 2,647,
queda de 0,71%.
As taxas de juros futuros voltaram a subir. O ajuste, que ganhou
força após a divulgação da ata do
Copom na quinta-feira, foi estimulado ontem pelo resultado da
inflação medida pela Fipe -que
veio mais forte que o esperado.
Como a alta dos preços é exatamente o que preocupa e tem levado o BC a manter o aperto monetário iniciado em setembro, qualquer sinal de pressão inflacionária tende a piorar o humor do
mercado financeiro.
"Com o BC avisando que o ciclo
de alta dos juros ainda não acabou, a tendência de baixa do dólar
se reforça. Isso porque os investidores estrangeiros têm mais motivos [juros mais altos] para trazer
dólares ao país. E, como ninguém
está querendo comprar dólares, o
valor da moeda vai caindo", afirma Jorge Simino, sócio-diretor da
MS Consulting.
As taxas prefixadas do "swap"
de 360 dias não param de subir.
Ontem, foram de 18,68% para
18,80%. Há um ano, essa taxa estava em 15,20%. Para o setor privado, essa elevação significa custos mais altos para conseguir tomar empréstimos.
Para colaborar com o dia negativo, nas mesas de operações dos
bancos muito se especulou sobre
uma já esperada troca de diretores do BC. Alguns operadores disseram acreditar que isso poderia
ocorrer ainda no fim de semana.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as taxas fecharam novamente em alta. A ata da última
reunião do Copom mostrou que
o BC não vai interromper tão cedo o ciclo de alta da taxa básica
(Selic), que subiu neste mês de
17,75% para 18,25%.
O contrato DI que vence em seis
meses fechou com taxa de
19,20%, ante 19,04% de quarta.
A Bovespa está encontrando dificuldades para deslanchar. A
queda acumulada em 2005 já é de
8,51%. E o atual cenário, que prevê juros ainda mais elevados nos
próximos meses, tende a ser perverso para o mercado acionário.
Na semana, o desempenho da Bovespa não foi tão ruim. A Bolsa
conseguiu subir um pouco
-0,63%.
(FABRICIO VIEIRA)
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