|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔO DA ÁGUIA
PIB do país se expande 4,4% em 2004, puxado pelo consumo, mas último trimestre mostra desaceleração
EUA têm maior crescimento desde 1999
DA REDAÇÃO
O PIB (Produto Interno Bruto)
dos Estados Unidos teve aumento
de 4,4% em 2004, a maior taxa
desde 1999, quando a economia
cresceu 4,5%. Em 2003, o crescimento foi de 3%. No entanto, os
dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos
EUA também mostraram que o
crescimento teve desaceleração
no quarto trimestre do ano.
A expansão em 2004 foi puxada
pelo consumo, que representou
cerca de 70% do PIB e cresceu
3,8%, e pelo investimento privado, que teve alta de 12,9%.
No trimestre de outubro a dezembro, o crescimento da economia ficou abaixo da expectativa
do mercado. A taxa anualizada ficou em 3,1%, ante 4% no trimestre anterior. Economistas esperavam expansão de 3,5%.
O vilão da desaceleração foi o
déficit comercial, que segue crescendo. No quarto trimestre, as exportações caíram 3,9% e as importações subiram 9,1%.
O aumento do déficit comercial
tem sido uma preocupação para o
governo de George W. Bush. O
presidente já disse que o melhor
modo de reduzir o déficit é abrir
mercados a produtos americanos,
mas críticos dizem que as políticas de livre-comércio apoiadas
por ele tiram empregos do país.
Há críticas também à política de
Bush em relação ao dólar. O valor
da moeda americana vem caindo
ante outras moedas desde ano
passado e o governo é pressionado para segurar a queda.
A oposição, porém, diz que o
governo defende abertamente o
dólar forte mas secretamente prefere deixar a moeda cair, tornando as exportações do país mais
competitivas e reduzindo assim o
déficit comercial.
Inflação
Outro sinal negativo foi o aumento da inflação no quarto trimestre. O índice divulgado junto
com o PIB ficou em 2,5%, ante
1,3% no trimestre anterior, puxado, novamente, pelo aumento dos
preços da energia.
A inflação, porém, não desencorajou o consumo, que subiu 4,6%
no trimestre.
Analistas dizerem que a taxa
não é preocupante e que não há
razão para o Fed (Federal Reserve, o banco central americano)
acelerar a alta dos juros básicos. O
Fed se reúne na próxima semana
e a expectativa no mercado é que
o órgão aumente a taxa básica de
juros da economia em 0,25 ponto
percentual, a 2,5% ao ano.
O Fed vem elevando a taxa em
pequenos incrementos desde o
ano passado, em um esforço para
conter a pressão inflacionária.
Política
A notícia da desaceleração da
economia vem em um momento
em que Bush tenta obter apoio
para seus planos econômicos para o segundo mandato. Os principais são a privatização da Seguridade Social e a reforma do código
tributário.
As mudanças têm como objetivo reduzir gastos do governo.
Bush já prometeu reduzir o déficit
orçamentário pela metade até
2009, mas críticos dizem que as
reformas teriam custos muito altos para um orçamento já altamente deficitário.
Trabalho
O resultado do PIB e os dados
mais recentes, como as encomendas de bens duráveis, que cresceram 0,6%, em dezembro, apontam para um crescimento robusto
da economia, segundo analistas.
No entanto, a criação de vagas
não tem acompanhado a expansão, já que muitas empresas estão
cortando custos e levando operações para fora do país.
Apesar disso, a massa de salários teve o primeiro aumento em
três anos em 2004.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Mercado financeiro: Dólar cai ao menor valor desde junho de 2002 Próximo Texto: Desemprego no Japão tem menor taxa em 7 anos Índice
|