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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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METALÚRGICOS

Autopeças suspende greve por uma semana

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fabricantes de autopeças pediram ontem trégua de uma semana ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que patrocina uma greve de trabalhadores desde a última quarta-feira. O prazo foi aceito. Os empregados reivindicam antecipação salarial de 10% como reposição da inflação registrada no período de novembro do ano passado a fevereiro deste ano -de 10,39% pelo INPC, do IBGE.
As indústrias de autopeças e de parafusos e as forjarias, que negociam juntas com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, se comprometeram a apresentar uma proposta para os trabalhadores até a próxima quinta-feira.
A idéia é evitar que os sindicalistas parem empresa por empresa -a estratégia atual. "Pretendemos fazer uma proposta que se estenda a todas as empresas do setor", diz Dráusio Rangel, coordenador de negociação do Sindipeças (autopeças), do Sindiforja (forjarias) e do Sinpa (parafusos).
Segundo ele, um reajuste salarial acima das possibilidades das empresas poderá resultar em demissões. Paulo Butori, presidente do Sindipeças, já fez até as contas. "Um aumento de 5% na folha de pagamento das empresas pode provocar demissão de até 5.000 trabalhadores", diz. A indústria de autopeças emprega 90 mil pessoas no Estado de São Paulo. Não é hora, diz, de os empregados solicitarem reposição da inflação, pois a capacidade ociosa da indústria de autopeças é de 45%.
Das 23 empresas que estavam em greve ontem, 21 fecharam acordo -representantes da Voith e da Monark continuavam até o final da tarde de ontem em negociação com os trabalhadores.
Além dessas 21 empresas, outras 22 que não foram paralisadas aceitaram conceder a antecipação salarial. Com isso, 43 empresas fecharam acordos ontem, beneficiando cerca de 14 mil trabalhadores em São Paulo. Nos últimos três dias, foram fechados 84 acordos (31,6 mil trabalhadores).
Na segunda-feira, o sindicato dos metalúrgicos pretende parar mais 23 empresas dos setores eletroeletrônico e de lâmpadas, que empregam cerca de 9.000 pessoas. "Para os trabalhadores, um acordo para a categoria toda é melhor do que um acerto por empresa", diz Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.


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