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METALÚRGICOS
Autopeças suspende greve por uma semana
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fabricantes de autopeças pediram ontem trégua de uma semana ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que patrocina
uma greve de trabalhadores desde a última quarta-feira. O prazo
foi aceito. Os empregados reivindicam antecipação salarial de 10%
como reposição da inflação registrada no período de novembro do
ano passado a fevereiro deste ano
-de 10,39% pelo INPC, do IBGE.
As indústrias de autopeças e de
parafusos e as forjarias, que negociam juntas com o Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo, ligado
à Força Sindical, se comprometeram a apresentar uma proposta
para os trabalhadores até a próxima quinta-feira.
A idéia é evitar que os sindicalistas parem empresa por empresa
-a estratégia atual. "Pretendemos fazer uma proposta que se
estenda a todas as empresas do
setor", diz Dráusio Rangel, coordenador de negociação do Sindipeças (autopeças), do Sindiforja
(forjarias) e do Sinpa (parafusos).
Segundo ele, um reajuste salarial acima das possibilidades das
empresas poderá resultar em demissões. Paulo Butori, presidente
do Sindipeças, já fez até as contas.
"Um aumento de 5% na folha de
pagamento das empresas pode
provocar demissão de até 5.000
trabalhadores", diz. A indústria
de autopeças emprega 90 mil pessoas no Estado de São Paulo. Não
é hora, diz, de os empregados solicitarem reposição da inflação,
pois a capacidade ociosa da indústria de autopeças é de 45%.
Das 23 empresas que estavam
em greve ontem, 21 fecharam
acordo -representantes da
Voith e da Monark continuavam
até o final da tarde de ontem em
negociação com os trabalhadores.
Além dessas 21 empresas, outras 22 que não foram paralisadas
aceitaram conceder a antecipação
salarial. Com isso, 43 empresas fecharam acordos ontem, beneficiando cerca de 14 mil trabalhadores em São Paulo. Nos últimos
três dias, foram fechados 84 acordos (31,6 mil trabalhadores).
Na segunda-feira, o sindicato
dos metalúrgicos pretende parar
mais 23 empresas dos setores eletroeletrônico e de lâmpadas, que
empregam cerca de 9.000 pessoas.
"Para os trabalhadores, um acordo para a categoria toda é melhor
do que um acerto por empresa",
diz Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.
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