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"Crédito no
Brasil é dos
mais baixos'
LEONARDO SOUZA
da Reportagem local
O Brasil detém uma das
piores ofertas de crédito do
mundo, em comparação a
grandes economias.
Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a
relação entre o PIB (toda a
geração de bens e serviços
do país) e a disponibilidade
de crédito está em 26%. Na
Alemanha, Inglaterra e Japão, por exemplo, essa proporção é de 122,6%, 121,3% e
116%, respectivamente.
Na opinião de Miguel José
de Oliveira, vice-presidente
da Anefac, os maiores problemas relacionados à baixa
oferta de crédito no país são
o grande endividamento do
governo e as altas taxas de
juros da economia.
Segundo ele, essa combinação estimula as instituições financeiras a emprestar
dinheiro ao governo no lugar de aumentar suas carteiras de crédito.
"Como o governo emite títulos para refinanciar a dívida pública, os bancos preferem aplicar nesses papéis,
que são bastante rentáveis e
de baixo risco", disse.
Para ele, a simples redução
da alíquota do recolhimento
compulsório não influencia
no aumento na disponibilidade de crédito. "Quando o
governo reduziu o compulsório sobre os depósitos à
vista, apenas aumentou o
potencial de ganho dos bancos", afirmou. "Eles não
transferem esses recursos
para crédito."
O BC (Banco Central) já alterou quatro vezes, desde o
ano passado, os percentuais
do compulsório sobre os depósitos à vista e a prazo. Ao
todo, o governo liberou R$
26 bilhões para que os bancos pudessem aplicar da forma que quisessem.
"Só funciona reduzir o
compulsório se a medida estiver atrelada a um comprometimento dos bancos de
aumentar o crédito."
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