São Paulo, sábado, 29 de abril de 2000


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"Crédito no Brasil é dos mais baixos'

LEONARDO SOUZA
da Reportagem local

O Brasil detém uma das piores ofertas de crédito do mundo, em comparação a grandes economias.
Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a relação entre o PIB (toda a geração de bens e serviços do país) e a disponibilidade de crédito está em 26%. Na Alemanha, Inglaterra e Japão, por exemplo, essa proporção é de 122,6%, 121,3% e 116%, respectivamente.
Na opinião de Miguel José de Oliveira, vice-presidente da Anefac, os maiores problemas relacionados à baixa oferta de crédito no país são o grande endividamento do governo e as altas taxas de juros da economia.
Segundo ele, essa combinação estimula as instituições financeiras a emprestar dinheiro ao governo no lugar de aumentar suas carteiras de crédito.
"Como o governo emite títulos para refinanciar a dívida pública, os bancos preferem aplicar nesses papéis, que são bastante rentáveis e de baixo risco", disse.
Para ele, a simples redução da alíquota do recolhimento compulsório não influencia no aumento na disponibilidade de crédito. "Quando o governo reduziu o compulsório sobre os depósitos à vista, apenas aumentou o potencial de ganho dos bancos", afirmou. "Eles não transferem esses recursos para crédito."
O BC (Banco Central) já alterou quatro vezes, desde o ano passado, os percentuais do compulsório sobre os depósitos à vista e a prazo. Ao todo, o governo liberou R$ 26 bilhões para que os bancos pudessem aplicar da forma que quisessem.
"Só funciona reduzir o compulsório se a medida estiver atrelada a um comprometimento dos bancos de aumentar o crédito."


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