São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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EUA pedem "programa sustentável"

DA REDAÇÃO

O coordenador da divisão de América Latina do Departamento de Estado norte-americano, Otto Reich, disse ontem que "o povo argentino está enfrentando um desastre econômico sem paralelo em sua história". Também afirmou que os EUA estão prontos para ajudar a Argentina a implementar um plano econômico "sustentável" e pediu ao governo do país que trabalhe junto com o FMI (Fundo Monetário Internacional) nesse programa.
A declaração de Reich foi a única manifestação oficial dos EUA sobre as novas medidas econômicas do país.
No sábado, o ministro Roberto Lavagna telefonou para o subsecretário do Tesouro dos EUA para assuntos internacionais, John Taylor. Lavagna disse a Taylor que o governo argentino está disposto a cumprir todas as condições necessárias para obter um acordo com o FMI.
Hoje, Carlos Ruckauf, ministro das Relações Exteriores da Argentina, encontra-se com os embaixadores dos países do G-7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Canadá). Na semana passada, o grupo respaldou a decisão do FMI que condiciona a ajuda à Argentina a um drástico corte nos gastos públicos. Ruckauf deve ainda conversar com representantes diplomáticos dos países do Mercosul, do México, do Chile e da Bolívia.
Além de Taylor, Lavagna conversou por telefone no sábado com os ministros brasileiros Pedro Malan (Fazenda) e Celso Lafer (Relações Exteriores).
Lafer disse a Lavagna que o Brasil está disposto a "limpar a mesa", eliminando barreiras comerciais para produtos argentinos.
Do lado argentino, essas barreiras surgiram com mais intensidade na época do ex-ministro Domingo Cavallo. O ministro brasileiro lembrou que muitas das dificuldades entre os dois países eram decorrentes do regime argentino de câmbio fixo. Ele classificou o novo ministro argentino de "economista sério".


Colaborou a Sucursal de Brasília

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