São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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JUSTIÇA

Seguradora do BB é processada por alterar contratos

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Companhia de Seguros Aliança Brasil, ligada ao Banco do Brasil, tornou-se alvo de ações na Justiça em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. É acusada de lesar cerca de 430 mil pessoas que aderiram, entre 1989 e 1998, ao seguro Ouro Vida (apólice 40).
Segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que entrou com ação na Justiça de São Paulo, no início do ano os usuários do Ouro Vida receberam carta na qual a empresa anunciava o encerramento da atual apólice e a abertura de um novo seguro de vida em grupo para eles, o Ouro Vida Grupo Especial.
A nova apólice traz duas mudanças. Os reajustes dos prêmios, que seguem a variação do IGP-M, também passariam a ter aumentos anuais conforme a idade do participante. Também haveria a troca da cobertura de invalidez permanente por doença terminal.
"É uma mudança unilateral do contrato que fere o Código de Defesa do Consumidor", diz Valéria Puglisi, advogada do Idec.
Procurado pela Folha, o BB limitou-se a declarar, por meio de sua assessoria de imprensa, que as modificações foram propostas dentro da lei e com o objetivo de preservar o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
De acordo com Júlio Machado Teixeira Costa, promotor público da equipe de defesa do consumidor do Ministério Público do Rio de Janeiro, que também propôs ação contra a Aliança, a empresa alega que os contratos eram por prazo determinado, de um ano, e podem ser modificados. Mas o promotor afirma que, na apólice assinada em 96, após uma revisão, a data de término do contrato teria ficado em aberto. "O contrato é por prazo indeterminado."
Outro argumento da empresa é que a apólice 40 surgiu numa época em que o aumento do risco do seguro que surge à medida que as pessoas envelhecem era compensado com ganhos inflacionários. Com o fim da inflação alta, reajustes de acordo com a faixa etária seriam imprescindíveis a fim de evitar gestão temerária.
"Tanto os prêmios como as indenizações são corrigidos da mesma forma. Não vejo onde está o desequilíbrio", diz Costa.


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