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MERCADOS
Ações das teles e da Petrobras refletem mudança no Ibovespa; mercado fica atento aos resultados de pesquisas
Feriado reduz ainda mais giro da Bovespa
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma semana semelhante à que
passou, com a Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo) particularmente sensível a boatos e a eventos pontuais, é a expectativa de
analistas para os próximos dias.
"Mais do mesmo", como diz
Jorge Simino, diretor-executivo
da Unibanco Asset Management.
Mas não necessariamente com
nova desvalorização do Ibovespa
(índice que reflete o comportamento das 57 ações mais negociadas na Bolsa paulista). "Pode acabar no zero a zero."
A semana tem feriado na quarta-feira, Dia do Trabalho -o que
não beneficia o já reduzido giro financeiro da Bolsa. O volume de
negócios ficou na média em torno
de R$ 500 milhões, mesmo depois
de o novo SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) ter estreado
sem maiores problemas para a
gestão de ações.
Além disso, o mercado espera a
divulgação de novas pesquisas de
intenção de voto.
"O foco da semana são as eleições, hoje mais importantes para
a Bolsa do que um corte de 0,25
ponto percentual na taxa básica
de juros. A redução da taxa virá
com a acomodação da pressão inflacionária, não muda a tendência
de mercado", afirma Júlio Ziegelmann, do BankBoston.
A Bovespa fechou a maioria dos
últimos cinco pregões em baixa.
Na semana, a queda foi de 2,99%.
Além de resultados de sondagens eleitorais -e principalmente rumores depois desmentidos
de que Anthony Garotinho (PSB)
havia ultrapassado José Serra
(PSDB)-, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária do
Banco Central), ao projetar inflação mais alta e jogar uma pá de cal
na expectativa de queda dos juros
nas próximas reuniões, ajudou a
derrubar a Bolsa.
A queda de papéis de telecomunicações no mundo todo e, para
uma parcela de analistas, a renúncia do ministro argentino da Economia, Jorge Remes Lenicov,
completaram o quadro negativo
que derrubou a Bovespa na semana que passou.
Na avaliação de Simino, mesmo
empresas com boa rentabilidade,
como Tele Norte Celular e Tele
Centro Oeste Celular, têm sido
punidas pelo mercado.
"Há um preconceito generalizado contra as teles", afirma.
O peso do setor de telecomunicações cresce na grade do índice
Ibovespa a partir de maio. Esse
aumento eleva a procura de fundos passivos e referenciados ao
Ibovespa pelos papéis do setor, já
que os fundos têm de comprar
ações de teles para se ajustar ao
novo índice.
Em contrapartida, ações da Petrobras desvalorizaram-se na sexta-feira passada. A queda, com
"dólar e preço do petróleo parados" surpreendeu gestores.
A explicação mais ouvida no
mercado era que os papéis da empresa estariam perdendo valor
por conta da redução da participação do ativo no índice.
"Podem estar vendendo para
irem se adequando ao novo Ibovespa", afirma Ziegelmann.
Agenda
Na agenda da semana, além de
novas pesquisas de intenção de
voto, destaque para o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado)
de abril, que sai hoje, e o fechamento do mês da balança comercial. "Se o seu desempenho continuar decepcionante, já estará no
preço. Caso contrário, poderá haver melhora de humor", segundo
Simino, do Unibanco.
Nos Estados Unidos, o índice
mais importante a ser divulgado é
o de desemprego, na sexta-feira.
Cerca de 66% dos resultados do
primeiro trimestre das 500 maiores empresas americanas já foram
divulgados. Os lucros caíram em
média 10%, contra expectativa de
queda de 5%.
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