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COMÉRCIO EXTERIOR
Exportador antecipa vendas, e semana tem saldo de US$ 403 mi
Queda do dólar não chega à balança, e superávit cresce
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recente desvalorização do dólar ainda não teve impacto na balança comercial. Na última semana, o país exportou US$ 403 milhões a mais do que importou.
Com isso, o superávit comercial
no ano já é de US$ 5,248 bilhões,
quase 3,5 vezes mais que o registrado em igual período de 2002,
quando foi de US$ 1,476 bilhão. O
O Ministério do Desenvolvimento avalia que ainda é cedo para saber qual será o efeito da valorização recente do real nas importações e exportações brasileiras.
Segundo a assessoria de imprensa
do ministério, só nos próximos
meses será possível verificar a influência de um dólar mais barato
na balança comercial.
Por enquanto, as exportações
continuam crescendo num ritmo
muito superior ao das importações. Desde o início do ano até a
semana passada, o país exportou
US$ 19,919 bilhões, 23,38% a mais
do que em igual período de 2002,
quando as exportações somavam
US$ 16,144 bilhões. O valor é o
maior da história para o período.
O aumento das exportações não
pressionou as compras externas.
Tradicionalmente, quando o país
passava a exportar mais, as importações também cresciam devido à necessidade de comprar
equipamentos e insumos.
De janeiro até a semana passada, as compras externas brasileiras somaram US$ 14,671 bilhões,
apenas US$ 3 milhões a mais que
em igual período de 2002. Em
abril, a média diária de importações cresceu num ritmo maior
que nos outros meses -5,8%. O
país importou por dia útil neste
mês US$ 199,4 milhões. No ano, a
taxa de crescimento é de 2,6%. A
média das importações diárias está em US$ 188,1 milhões.
Ritmo maior
A média diária de exportações
neste mês também cresceu num
ritmo maior que no resto do ano.
O Brasil vendeu por dia US$ 286,7
milhões, 35,9% a mais que em
abril de 2002. A média diária de
vendas cresceu 26,5% com relação ao mesmo período do ano
passado -US$ 255,4 milhões.
Uma das explicações para o aumento das exportações em abril é
a antecipação de vendas de commodities, como café, açúcar, soja
e produtos siderúrgicos. O valor
desses produtos está em alta e os
exportadores temem que os preços caiam devido uma desaceleração da economia mundial.
Apenas nas primeiras quatro
semanas de abril, o país acumulou um saldo comercial de US$
1,485 bilhão, resultado de exportações de US$ 4,874 bilhões e importações de US$ 3,389 bilhões.
Em abril do ano passado, o saldo
total foi de US$ 495 milhões.
Neste mês, como no resto do
ano, as vendas que mais cresceram foram as de produtos básicos
(48,2%). As exportações de semimanufaturados e de manufaturados também melhoraram, 32,3%
e 29,9% respectivamente.
Do lado das importações, as
compras que mais aumentaram
foram as de combustíveis e lubrificantes -31,3%. A principal explicação é o aumento do custo do
barril do petróleo.
Bom para as exportações
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, afirmou ontem
que a cotação de R$ 2,96 do dólar
é "boa para as exportações e para
as taxas de inflação".
"Não nos preocupa a cotação
atual. Muitos dos exportadores
sempre trabalharam com esse patamar do dólar para fechar seus
negócios", disse Mantega. "Ao
mesmo tempo, ajuda no combate
à inflação."
O ministro disse que não deve
haver nenhum movimento do governo para tentar elevar a cotação
da moeda norte-americana.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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