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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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Químicos do Vale aprovam estado de greve

MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE

Os trabalhadores das indústrias químicas do Vale do Paraíba -cerca de 9.000, segundo o sindicato da categoria- aprovaram ontem, em assembléia unificada, a decretação do estado de greve como forma de pressionar as empresas a conceder reajuste salarial de emergência.
A medida, que foi tomada devido ao impasse nas negociações, afeta empresas das cidades de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava e Taubaté.
As principais reivindicações da pauta da campanha salarial de emergência são um reajuste salarial de 12%, equivalente às perdas provocadas pela inflação entre novembro de 2002 e março deste ano, e a manutenção da jornada semanal de trabalho -que varia de 36 a 40 horas semanais, dependendo da empresa- sem a redução do quadro de funcionários.
Entre as principais empresas do setor nas quais há impasse na negociação estão a Johnson & Johnson (3.600 operários), Kodak (1.200) e Monsanto (450).

Prazo
Ontem, embora tivesse esgotado o prazo de 48 horas dado na semana passada pelos trabalhadores para que a Johnson apresentasse uma proposta, não houve greve na fábrica, como chegou a ameaçar o sindicato da categoria na sexta-feira passada.
Até agora, a empresa não apresentou nenhuma contraproposta ao sindicato e também não agendou nenhuma reunião para discutir o assunto.
Com a aprovação conjunta do estado de greve nas empresas do setor químico, o sindicato, que é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e dirigido por sindicalistas ligados ao PT, informou que pode deflagrar uma série de greves nas indústrias do setor.
As paralisações, no entanto, só devem ocorrer a partir da próxima quinta-feira, quando vence o prazo de 48 horas previsto pela legislação trabalhista para que o sindicato informe às empresas a intenção de realizar a greve.

Melhor data
"Estamos estudando com os trabalhadores qual será a melhor data para iniciarmos a greve. Já temos algo agendado, mas não podemos divulgar para não comprometer o sucesso da atividade" disse o diretor da entidade, Wellington Luiz Cabral.
A Kodak, única empresa do setor a se manifestar sobre o assunto ao ser procurada pela Folha, informou que, mesmo considerando importante o reajuste salarial, não há como conceder o aumento reivindicado por causa do atual momento econômico enfrentado pelo país.


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