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CONJUNTURA
Levantamento da FGV aponta que 35% dos empresários pretendem abrir vagas, ante 23% no início do ano
Cresce intenção de contratar na indústria
IVONE PORTES
FOLHA ONLINE
Os industriais brasileiros estão
"moderadamente" otimistas e
pretendem até contratar novos
funcionários, apesar da demora
na retomada do consumo interno
e de a redução do juro básico
ocorrer de forma mais lenta do
que se esperava.
A Sondagem Conjuntural referente ao trimestre abril-junho da
FGV (Fundação Getúlio Vargas)
revela que, dos 1.005 empresários
consultados, 35% pretendem efetuar contratações nos próximos
meses. No início do primeiro trimestre, 23% tinham mostrado intenção de abrir vagas; em abril de
2003, 15%.
Além disso, o número de empresas que pretendem demitir
caiu de 17% para 11% entre as pesquisas de janeiro e abril.
O economista Aloisio Campelo,
da FGV, destaca, porém, que a
perspectiva de geração de emprego está concentrada nos setores
voltados para a exportação, como
o alimentício (59% dos empresários do setor projetam contratações), o químico (54%) e o mecânico (46%).
Para 57% dos empresários, a expectativa é de aumento na demanda externa neste trimestre.
De acordo com Campelo, trata-se
do melhor resultado da série histórica disponível para o item desde abril de 1978.
Para ele, a previsão de aumento
na demanda externa se deve ao
maior crescimento da economia
mundial em 2004, à melhora na
competitividade das empresas
nacionais -devido ao aumento
de preços de commodities agrícolas e industriais- e à manutenção da taxa de câmbio em patamares considerados "razoáveis".
Dos empresários consultados,
40% afirmaram que têm a intenção de elevar os preços. Esse percentual é menor do que o verificado na pesquisa de janeiro (43%),
porém maior do que em igual período do ano passado (38%).
E, de janeiro para abril, diminuiu o percentual dos industriais
que não pretendem promover
reajustes, de 6% para 4%.
Campelo disse que, em janeiro,
embora houvesse expectativa de
aumento de preços na indústria,
não existia um motivo claro que
pudesse impulsionar a alta.
"Agora, está claro que a evolução se deve ao aumento dos preços das commodities no mercado
internacional", afirmou.
A sondagem mostra que o nível
médio de utilização da capacidade instalada do setor atingiu 82%
em abril, maior do que os 80,8%
de janeiro e os 80,7% de igual mês
do ano passado.
O maior aproveitamento da capacidade instalada foi verificado
no setor de bens intermediários
(87,2%), composto por indústrias
dos segmentos de siderurgia, celulose, cimento, produtos químicos e materiais plásticos, que têm
forte atuação nas exportações.
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