São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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CONJUNTURA

Levantamento da FGV aponta que 35% dos empresários pretendem abrir vagas, ante 23% no início do ano

Cresce intenção de contratar na indústria

IVONE PORTES
FOLHA ONLINE

Os industriais brasileiros estão "moderadamente" otimistas e pretendem até contratar novos funcionários, apesar da demora na retomada do consumo interno e de a redução do juro básico ocorrer de forma mais lenta do que se esperava.
A Sondagem Conjuntural referente ao trimestre abril-junho da FGV (Fundação Getúlio Vargas) revela que, dos 1.005 empresários consultados, 35% pretendem efetuar contratações nos próximos meses. No início do primeiro trimestre, 23% tinham mostrado intenção de abrir vagas; em abril de 2003, 15%.
Além disso, o número de empresas que pretendem demitir caiu de 17% para 11% entre as pesquisas de janeiro e abril.
O economista Aloisio Campelo, da FGV, destaca, porém, que a perspectiva de geração de emprego está concentrada nos setores voltados para a exportação, como o alimentício (59% dos empresários do setor projetam contratações), o químico (54%) e o mecânico (46%).
Para 57% dos empresários, a expectativa é de aumento na demanda externa neste trimestre. De acordo com Campelo, trata-se do melhor resultado da série histórica disponível para o item desde abril de 1978.
Para ele, a previsão de aumento na demanda externa se deve ao maior crescimento da economia mundial em 2004, à melhora na competitividade das empresas nacionais -devido ao aumento de preços de commodities agrícolas e industriais- e à manutenção da taxa de câmbio em patamares considerados "razoáveis".
Dos empresários consultados, 40% afirmaram que têm a intenção de elevar os preços. Esse percentual é menor do que o verificado na pesquisa de janeiro (43%), porém maior do que em igual período do ano passado (38%).
E, de janeiro para abril, diminuiu o percentual dos industriais que não pretendem promover reajustes, de 6% para 4%.
Campelo disse que, em janeiro, embora houvesse expectativa de aumento de preços na indústria, não existia um motivo claro que pudesse impulsionar a alta.
"Agora, está claro que a evolução se deve ao aumento dos preços das commodities no mercado internacional", afirmou.
A sondagem mostra que o nível médio de utilização da capacidade instalada do setor atingiu 82% em abril, maior do que os 80,8% de janeiro e os 80,7% de igual mês do ano passado.
O maior aproveitamento da capacidade instalada foi verificado no setor de bens intermediários (87,2%), composto por indústrias dos segmentos de siderurgia, celulose, cimento, produtos químicos e materiais plásticos, que têm forte atuação nas exportações.


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