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Ações da Oi e da BrT caem até 11% após o negócio
Analistas se questionam se valor do acordo é alto para o grau de incerteza da operação
Para compra da BrT pela Oi ser efetivada, ainda são
necessárias mudança na
legislação e autorizações da
Anatel, da CVM e do Cade
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
No primeiro dia útil após o
anúncio da compra da BrT
(Brasil Telecom) pela Oi, na
sexta, os papéis das empresas
tiveram queda expressiva na
Bovespa. As ações ordinárias da
Telemar (Oi) caíram 10,92%.
As preferenciais, 9,68%. Já as
preferenciais da BrT caíram
4%; as ordinárias, 0,68%.
O tombo surpreendeu parte
dos investidores: "Levanta algumas questões: será que a Telemar está se endividando e pagando caro?, indagou José Costa Gonçalves, diretor da Indusval Corretora.
Pela manhã, o presidente da
Oi, Luiz Eduardo Falco, participou de teleconferências com
investidores para explicar a
operação. À tarde, a Telemar
enviou comunicado à Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) sobre as mudanças no controle da empresa.
Em nota, a Oi disse que enviará à Anatel pedido de anuência prévia para a aquisição da
BrT caso haja alteração do PGO
(Plano Geral de Outorgas). Só
com a mudança no PGO -que
definiu as regras da telefonia
após a privatização- será possível tornar efetiva a operação
de mais de R$ 12 bilhões. Fora
do mercado financeiro, o risco
que a mudança na lei representa divide especialistas.
A operação também precisa
de autorizações da Anatel, da
CVM e do Cade.
O que os especialistas se perguntam é se o valor do negócio
é alto para o grau de incerteza
da operação. "Por um lado, nos
aspectos relativos à segurança
jurídica, o negócio pode ser
considerado arriscado", diz
Juarez Quadros, que foi ministro das Comunicações.
Caso a compra não seja efetivada, a Telemar vai desembolsar pelo menos R$ 800 milhões. A multa a ser paga à BrT
é de R$ 490 milhões. Outros R$
315 milhões serão pagos à BrT e
ao Opportunity para evitar
pendências judiciais. Na noite
de sexta, o presidente da Telemar disse que esse é o risco do
negócio -e que confia na valorização da nova operadora.
Professor da FGV, Arthur
Barrionuevo vê ameaças na
análise que será feita pelo Cade:
"A operação é prejudicial do
ponto de vista dos consumidores, principalmente na telefonia fixa e no acesso à internet".
Já o ex-presidente da Anatel
Renato Guerreiro diz que o negócio fortalece a concorrência.
Dilma
Questionada em Washington
sobre a participação do BNDES
na nova tele, a ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff,
respondeu: "A participação se
deve ao fato de que o banco entra com um volume de empréstimos muito elevado [R$ 2,6 bilhões], então é para garantir a
solidez e a qualidade da gestão,
o que é muito natural".
Na sexta, o BNDES informou
que seu apoio à operação de
criação da nova tele soma R$
2,569 bilhões na reestruturação societária da Telemar Participações, controladora da Oi.
Colaborou SÉRGIO DÁVILA , de Washington
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