São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2000


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Meta de 49 usinas será atingida, diz governo


DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério de Minas e Energia procura não mostrar preocupação em relação aos problemas de falta de equipamentos para o cumprimento do programa emergencial de energia.
Sua assessoria afirma que a meta de 49 usinas termelétricas sairá como planejada. Seis delas entrariam em atividade já em 2001.
O Ministério das Minas e Energia não se espanta ainda com a possibilidade de que os 15 mil megawatts previstos até 2003 caiam à metade.
Isso porque teria trabalhado inicialmente com a perspectiva de garantir 11 mil megawatts e foi surpreendido por projetos acima desse número.
Um corte pela metade na produção das termelétricas resultaria, porém, em 7.500 megawatts. E pode comprometer o abastecimento de energia do país. Isso porque a previsão é que a demanda de energia cresça acima de 5% por ano a partir de 2000, mais do que o crescimento de 3,5% previsto para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano.
O programa das termelétricas se enquadra na meta do governo de ampliar para 99 mil megawatts a base para o consumo de energia elétrica até 2004 -cerca de 13 mil viriam de novas usinas termelétricas e 2.000 seriam importados da Argentina.
Para Eduardo Bernini, da VBC Energia, "o governo pode aceitar uma certa flexibilidade no prazo de conclusão das obras das termelétricas". Ou seja, esticar os benefícios dados pelo programa emergencial para 2004 ou mais tarde.

Matriz energética
O Programa Prioritário de Termelétricas foi criado também para tentar mudar o perfil da matriz energética do país. Hoje, cerca de 93% da base instalada de 63 mil megawatts têm origem em usinas hidrelétricas.
O governo quer reduzir esse percentual para 80%, pois as termelétricas são muito mais rápidas de construir e não exigem um grande reservatório de água nas redondezas. Isso permite mais mobilidade dos projetos.
O ministério conseguiu a garantia de financiamento de até 30% das termelétricas por intermédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), sendo que o custo total é estimado em R$ 12 bilhões.
Além dos problemas com a aquisição das turbinas, os investidores têm se movimentado para garantir novos parceiros nos empreendimentos.
Eles reclamam também das dificuldades para receber o relatório favorável de impacto ambiental. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) garante, no entanto, que tem aprovado, em até 40 dias, as usinas corretamente planejadas. (LV)




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