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Governo estuda ampliar benefícios a domésticos
Empregados teriam assegurados os mesmos direitos de outros trabalhadores
Categoria poderá ter direito a horas extras e a multa
de 40% sobre o FGTS; para especialista, terceirização no setor pode aumentar
DO "AGORA"
O governo federal estuda alterar a Constituição para que
direitos trabalhistas como horas extras e o recolhimento
obrigatório do FGTS sejam garantidos aos empregados domésticos. Hoje, o artigo 7º da
Constituição restringe esses e
outros direitos à categoria.
Segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, ligada à Presidência da República, há consenso no governo sobre a mudança na redação
desse artigo. Para isso, uma
PEC (proposta de emenda à
constituição) está em fase final
de elaboração.
Caso ocorra a ampliação dos
direitos, devem ser beneficiados 6,78 milhões de funcionários domésticos, entre empregadas, cuidadores de idosos, zeladores e motoristas.
"Essa é uma luta antiga da categoria. Queremos equiparação
com os demais trabalhadores",
afirma a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Creuza Maria
Oliveira.
Já a presidente do Sindicato
dos Empregadores Domésticos
do Estado de São Paulo, Margareth Galvão Carbinato, considera a proposta "um absurdo".
"Algumas empregadas vivem
na casa da família, o que impossibilita a fixação de uma jornada de trabalho e a criação de horas extras."
Para Antonio Rodrigues de
Freitas Júnior, da Comissão
Nacional de Direito e Relações
do Trabalho, a extensão dos direitos deve ser estudada com
cautela. "Os empregados domésticos não geram lucros aos
empregadores. O aumento do
ônus dos empregadores poderá
causar o crescimento da terceirização, com prejuízo dos próprios empregados, que passarão a ganhar menos."
Já o senador Paulo Paim
(PT-RS) disse ser favorável às
mudanças. "Sempre que ampliamos os direitos dos domésticos, falou-se que haveria menos contratações, mas isso nunca ocorreu", afirmou.
O deputado federal Duarte
Nogueira (PSDB-SP) estranhou a mudança de orientação
no governo, já que há dois anos
o presidente Lula vetou emenda que garantia o FGTS aos domésticos. Nogueira disse que "a
oposição vai se posicionar a favor do que for justo para o trabalhador e viável legalmente".
Ampliar os direitos é uma
medida importante. Mas mais
importante é adotar medidas
práticas que obriguem os patrões a registrar os domésticos.
Afinal, de cada 4 domésticos
que trabalham (6,5 milhões), só
1 é registrado (1,7 milhão).
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