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MONTADORAS
Ministro diz que Lula deu ordem para negociar plano para o setor
Mantega vê acordo de carros neste ano
JOSÉ ALAN DIAS
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Contrariando o que dissera há uma semana o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, sustentou ontem que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Câmara de Política Econômica, organismo interministerial, autorizaram o Ministério do Desenvolvimento a implementar
ainda neste ano um plano para a
renovação da frota de veículos.
As declarações de Mantega colidem até com as de representantes
das montadoras. Na segundada
semana passada, o presidente da
Volks, Paul Fleming, afirmou que
o plano emergencial de renovação
da frota estava "morto".
Há cerca de dois meses, o governo estuda a redução de impostos,
como IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e instrumentos
de política monetária, como redução de compulsório, para baratear o financiamento. Seriam as
formas para estimular a venda de
automóveis novos e debelar a
ameaça de demissões no setor.
A redução de impostos encontrara resistência por parte do ministro da Fazenda, que temia pela
perda de arrecadação tributária.
""O governo não sai perdendo [em
arrecadação] porque o que aparentemente perderia no primeiro
momento é coberto pelo ganho
no acumulado, com maiores vendas", disse Mantega. "A indústria
automobilística é um setor muito
importante, tem efeito multiplicador por ativar a metalurgia, a indústria de vidros, borracha."
Indagado se haveria resistência
por parte do Ministério da Fazenda em aceitar um plano que poderia implicar perda de receitas,
Mantega respondeu: ""Essa é uma
questão de governo, não uma
questão de ministério. Não existe
restrição de nenhum ministério à
implantação do programa".
O presidente do Sindipeças
(reúne as autopeças), Paulo Butori, disse que o governo precisa ter
mais agilidade para colocar o plano em prática. "O paciente está na
UTI e o governo diz que o remédio pode chegar até o final do
ano?" As autopeças, diz, já deram
férias coletivas e usaram banco de
horas. "Só resta demitir."
"O recado do governo me parece claro. É para não enrolarmos
nas negociações. O fórum de
competitividade sai na sexta. O
governo quer é agilidade", disse
José Lopez Feijóo, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC.
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