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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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MONTADORAS

Ministro diz que Lula deu ordem para negociar plano para o setor

Mantega vê acordo de carros neste ano

JOSÉ ALAN DIAS
CLAUDIA ROLLI

DA REPORTAGEM LOCAL


Contrariando o que dissera há uma semana o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, sustentou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Câmara de Política Econômica, organismo interministerial, autorizaram o Ministério do Desenvolvimento a implementar ainda neste ano um plano para a renovação da frota de veículos.
As declarações de Mantega colidem até com as de representantes das montadoras. Na segundada semana passada, o presidente da Volks, Paul Fleming, afirmou que o plano emergencial de renovação da frota estava "morto".
Há cerca de dois meses, o governo estuda a redução de impostos, como IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e instrumentos de política monetária, como redução de compulsório, para baratear o financiamento. Seriam as formas para estimular a venda de automóveis novos e debelar a ameaça de demissões no setor.
A redução de impostos encontrara resistência por parte do ministro da Fazenda, que temia pela perda de arrecadação tributária. ""O governo não sai perdendo [em arrecadação] porque o que aparentemente perderia no primeiro momento é coberto pelo ganho no acumulado, com maiores vendas", disse Mantega. "A indústria automobilística é um setor muito importante, tem efeito multiplicador por ativar a metalurgia, a indústria de vidros, borracha."
Indagado se haveria resistência por parte do Ministério da Fazenda em aceitar um plano que poderia implicar perda de receitas, Mantega respondeu: ""Essa é uma questão de governo, não uma questão de ministério. Não existe restrição de nenhum ministério à implantação do programa".
O presidente do Sindipeças (reúne as autopeças), Paulo Butori, disse que o governo precisa ter mais agilidade para colocar o plano em prática. "O paciente está na UTI e o governo diz que o remédio pode chegar até o final do ano?" As autopeças, diz, já deram férias coletivas e usaram banco de horas. "Só resta demitir."
"O recado do governo me parece claro. É para não enrolarmos nas negociações. O fórum de competitividade sai na sexta. O governo quer é agilidade", disse José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.


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