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Preparação da greve começou há 6 meses
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A greve dos caminhoneiros, deflagrada na última segunda-feira,
estava sendo preparada havia cerca de seis meses, segundo Otoniel
Bittencourt Fernandes Ribeiro,
delegado sindical do Movimento
União Brasil Caminhoneiro, que
lidera a paralisação.
Ribeiro é delegado da base do
pólo cimenteiro de Cantagalo (a
180 km do Rio) e um dos principais líderes dos caminhoneiros
que estão parados em frente à Reduc (Refinaria Duque de Caxias),
na Baixada Fluminense.
Ele disse que o ""método formiguinha (boca a boca)" foi a melhor forma de divulgação do movimento, juntamente com a distribuição de panfletos com as
principais reivindicações da categoria.
Segundo os líderes sindicais que
estão comandando a paralisação
em frente à Reduc, os panfletos
vêm sendo colocados nos caminhões e nos pontos de paradas
nas estradas desde o início deste
ano. A data de 26 de julho para
início da greve já estava definida
havia muito tempo.
Segundo Ribeiro, o Movimento
União Brasil Caminhoneiro existe
"há bem mais de um ano" e está
organizado a partir do Sindicato
dos Caminheiros do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e
Bahia, que, embora regional, tem
representatividade nacional.
O sindicato lidera outra organização, chamada Coobrascam
(Cooperativa Brasileira de Caminhoneiros), que, segundo Ribeiro, é a outra ponta da liderança do
movimento.
No centro de toda a organização
está o sindicalista Nélio Botelho,
presidente do sindicato e identificado pelos motoristas como o
presidente da União, embora ele
mesmo diga que não possui uma
diretoria formalmente constituída e que nem é mesmo uma entidade formal.
Botelho diz que o movimento
dos caminhoneiros é totalmente
apartidário e desvinculado das
centrais sindicais existentes no
país, fato confirmado por lideranças ouvidas ontem em frente à Reduc, como o caminhoneiro Carlos
César Ramos, 50, ex-estudante de
biologia.
Ramos disse que chegou a militar, sem filiação, no PT (Partido
dos Trabalhadores), mas que se
afastou quando entrou para o
movimento sindical. ""Política e
sindicato não combinam."
Ramos disse ainda que Botelho
tem participação em um programa radiofônico na madrugada,
mas afirmou que o programa não
foi usado para divulgar a greve.
Segundo ele, o programa faz apenas divulgação de oportunidades
de fretes para os motoristas.
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