São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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Superávit primário cai pela 3ª vez

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) teve superávit primário de R$ 1,7 bilhão em julho. Mas, pelo terceiro mês consecutivo, o resultado ficou abaixo do mês anterior. A Previdência Social registrou um déficit de R$ 1,3 bilhão.
Depois de registrar superávit primário (economia para o pagamento de juros) de R$ 5,7 bilhões em abril, esse resultado positivo caiu para R$ 1,9 bilhão em maio e para R$ 1,8 bilhão em junho.
Apesar disso, o governo avalia que as metas acertadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) serão cumpridas. "Não vejo nenhum problema no resultado. A gente cumpriu e vai continuar cumprindo as metas", disse o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia.
Até agosto, segundo ele, o governo espera obter um superávit de R$ 22,7 bilhões nas contas do governo central. De janeiro até julho, esse superávit já está acumulado em R$ 21,9 bilhões.
Em julho, o Tesouro Nacional teve superávit de R$ 3 bilhões, mas o resultado final do governo central ficou abaixo devido ao déficit nas contas da Previdência Social (R$ 1,3 bilhão) e no Banco Central (R$ 60 milhões), segundo os dados divulgados ontem.
Guardia destacou o aumento de 14,8% nas receitas do Tesouro na comparação com o mesmo mês de 2001. Houve um acréscimo de R$ 1,1 bilhão na arrecadação por conta da medida provisória 38, que permitiu o pagamento de tributos antigos com desconto. Para se beneficiar do desconto, o contribuinte teve de desistir da ação na Justiça que questionava a cobrança.

Arrecadação
Outro fator que contribuiu positivamente foi o fato de julho ter tido cinco semanas, o que aumentou a arrecadação do Imposto de Renda, que é contabilizada semanalmente. Acompanhando o aumento da receita com impostos compartilhados, houve acréscimo de 20,8% nas transferências para Estados e municípios.
As despesas, por sua vez, cresceram 15,5% nos sete primeiros meses do ano. Somente as despesas com pessoal aumentaram em R$ 4,8 bilhões, o que foi provocado, em parte, pelo aumento de 3,5% concedido ao funcionalismo público federal em janeiro. Em julho, pesaram sobre as despesas a antecipação do 13º terceiro salário e o pagamento de férias, segundo os números do Tesouro.
Os gastos com seguro-desemprego também aumentaram no mês de julho. Como a liberação dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) de junho só aconteceram no final do mês, em julho foram pagos dois meses do seguro, totalizando R$ 1,3 bilhão.


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