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Superávit primário cai pela 3ª vez
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) teve superávit primário de R$ 1,7 bilhão em julho. Mas, pelo terceiro mês consecutivo, o resultado ficou abaixo do mês anterior. A Previdência Social registrou um déficit de R$ 1,3 bilhão.
Depois de registrar superávit primário (economia para o pagamento de juros) de R$ 5,7 bilhões em abril, esse resultado positivo caiu para R$ 1,9 bilhão em maio e para R$ 1,8 bilhão em junho.
Apesar disso, o governo avalia que as metas acertadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) serão cumpridas. "Não vejo nenhum problema no resultado. A
gente cumpriu e vai continuar cumprindo as metas", disse o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia.
Até agosto, segundo ele, o governo espera obter um superávit
de R$ 22,7 bilhões nas contas do
governo central. De janeiro até julho, esse superávit já está acumulado em R$ 21,9 bilhões.
Em julho, o Tesouro Nacional
teve superávit de R$ 3 bilhões,
mas o resultado final do governo
central ficou abaixo devido ao déficit nas contas da Previdência Social (R$ 1,3 bilhão) e no Banco
Central (R$ 60 milhões), segundo
os dados divulgados ontem.
Guardia destacou o aumento de
14,8% nas receitas do Tesouro na
comparação com o mesmo mês
de 2001. Houve um acréscimo de
R$ 1,1 bilhão na arrecadação por
conta da medida provisória 38,
que permitiu o pagamento de tributos antigos com desconto. Para
se beneficiar do desconto, o contribuinte teve de desistir da ação
na Justiça que questionava a cobrança.
Arrecadação
Outro fator que contribuiu positivamente foi o fato de julho ter tido cinco semanas, o que aumentou a arrecadação do Imposto de
Renda, que é contabilizada semanalmente. Acompanhando o aumento da receita com impostos
compartilhados, houve acréscimo
de 20,8% nas transferências para
Estados e municípios.
As despesas, por sua vez, cresceram 15,5% nos sete primeiros meses do ano. Somente as despesas
com pessoal aumentaram em R$
4,8 bilhões, o que foi provocado,
em parte, pelo aumento de 3,5%
concedido ao funcionalismo público federal em janeiro. Em julho, pesaram sobre as despesas a
antecipação do 13º terceiro salário
e o pagamento de férias, segundo
os números do Tesouro.
Os gastos com seguro-desemprego também aumentaram no
mês de julho. Como a liberação
dos recursos do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador) de junho só aconteceram no final do
mês, em julho foram pagos dois meses do seguro, totalizando R$ 1,3 bilhão.
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