São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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Para agência britânica, Mercosul encolhe 1,8%

DA REDAÇÃO

A economia latino-americana deverá sofrer uma contração de 0,4% neste ano, de acordo com estimativa divulgada ontem pela Economist Intelligence Unit, agência britânica de consultoria econômica que pertence ao mesmo grupo que edita a revista "The Economist". A maior queda ocorrerá nos países do Mercosul, onde haverá uma retração de 1,8% na atividade, graças, em boa parte, a uma queda de estimados 10,6% no PIB da Argentina.
A EIU não dá números, mas diz que o Brasil terá um crescimento "modesto" neste ano. De acordo com a agência, as incertezas eleitorais ajudaram a reduzir as perspectivas de expansão econômica no país. O relatório cita a desvalorização do real como um dos efeitos da crise atual e estima que o dólar pode disparar ainda mais.
"A demanda de dólar está elevada porque o setor privado não consegue rolar suas dívidas nas atuais condições do mercado e alguns bancos estrangeiros estão reduzindo suas linhas de crédito", afirma o relatório da agência.
De acordo com a análise, as reservas internacionais serão suficientes para que o país "sobreviva" até as eleições. Mas, se o Brasil não tiver acesso a mais crédito externo depois disso, o dólar poderá subir ainda mais, "trazendo consequências adversas para a confiança [no país" e para a solvência dos setores público e privado".
No ano passado, a economia da América Latina permaneceu praticamente estagnada -cresceu apenas 0,3%. A agência destaca que, além da crise interna, a região foi afetada pela contração na maior parte dos países ricos, o que impediu um crescimento nas exportações do bloco.
Se se confirmar a retração de 0,4%, o resultado será o pior desde a década de 80. Em 2000, a região cresceu 3,8%. Para o ano que vem, a EIU prevê salto de 3,3%.
Ainda de acordo com a agência britânica, a queda de confiança dos norte-americanos afetará o crescimento nos EUA. Em sua estimativa preliminar, no começo do ano, a EIU dizia que o PIB norte-americano teria uma expansão de 2,9% neste ano, mas agora prevê um salto de 2,4%.
Para a economia mundial como um todo, a EIU espera uma expansão de 2,9% neste ano e de 3,9% em 2003. No ano passado, a atividade econômica mundial cresceu apenas 2,1%.


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