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MAIS QUE SUFOCO
Ela só pôde pagar metade do condomínio
Esteticista deixa de pagar plano de saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
No último mês, a esteticista
argentina Noemi Nikolaus, 55,
não conseguiu pagar o plano de
saúde. O dinheiro não deu.
Também ficou difícil arcar com
os custos do condomínio. Pagou
apenas a metade do valor. Com
o marido sem emprego e um filho na mesma situação, tornou-se mais difícil arcar com todos
os gastos do mês.
Não é caso único: há expansão
na inadimplência em determinados serviços e cresce o número de cheques sem fundo em São
Paulo.
"As dificuldades financeiras
acontecem há alguns anos para
nós. Neste ano, as coisas apertaram. Pagamos impostos e mais
impostos, temos gastos fixos
que não podemos cortar", diz.
O marido Guillermo, 62, é técnico químico, passou quatro
anos na Alemanha trabalhando
para uma multinacional. No
Brasil, está sem emprego há três
anos. Faz bicos para manter a
entrada de recursos na casa.
Viagens para a Argentina, a
terra natal, foram cortadas nos
últimos anos. Em casa, os gastos
com supermercados foram reduzidos e a compra de certos
produtos foi cortada. "Está tudo
muito caro. Troco produtos e tenho medo de comprar algo sem
qualidade, mas esse é o jeito."
Para conseguir boas promoções, Noemi visita várias lojas
antes de comprar. "É muito desgastante", afirma ela.
Na tentativa de elevar a renda
da família, Noemi -que mora
no bairro do Paraíso, região de
classe média de São Paulo- cobra dos clientes o mesmo valor
do ano passado. "Já tirei boa
parte da minha margem de lucro", diz a esteticista.
(AM)
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