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Falta de investimento pode provocar gargalo
DA SUCURSAL DO RIO
Os números do PIB divulgados
ontem pelo IBGE confirmam
uma tendência que vem preocupando os analistas econômicos: a
de que a falta de investimentos
pode vir a ser o gargalo para a retomada do crescimento após o
período recessivo que o país atravessou no primeiro semestre.
De abril a junho, os investimentos declinaram 9% em relação ao
mesmo período de 2002 (a maior
queda desde o primeiro trimestre
de 2002). Em relação ao primeiro
trimestre, a queda foi de 6,4% -a
maior desde o último trimestre de
2001 (6,5%). No primeiro semestre a queda foi de 5,4% em relação
ao mesmo período de 2002.
Segundo relatório divulgado
nesta semana pela consultoria
Tendências, comandada, entre
outros, pelo ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, as estimativas mais recentes apontam
para uma taxa de investimentos
de apenas 17,6% do PIB neste ano.
No ano passado a taxa foi de
18,7% do PIB -a menor em dez
anos. De acordo com os analistas
Fernando Montero e Julio Callegari, autores do relatório, o número estimado para este ano é comparável ao de 1984 e só é melhor
que o resultado de 1967.
A Formação Bruta de Capital Fixo, definição técnica para o que,
na prática, é a taxa de investimentos, tem como principais componentes a construção civil e a compra de máquinas e equipamentos.
No segundo trimestre deste ano
a construção civil apresentou
queda de 11,1% em relação ao
mesmo trimestre do ano anterior
-o pior desempenho desde o
terceiro trimestre de 1992. No segundo trimestre do ano passado o
setor já havia apresentado decréscimo de 5,6% na comparação
com o mesmo trimestre de 2001.
Segundo o economista Carlos
Thadeu de Freitas, professor do
Ibmec (Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais), a recuperação econômica que pode estar começando neste trimestre será impulsionada apenas pelo consumo.
Segundo ele, a maior dificuldade para a sustentação dessa retomada virá justamente da falta de
investimentos, tanto em novos
projetos industriais como em
obras de infra-estrutura.
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