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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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Falta de investimento pode provocar gargalo

DA SUCURSAL DO RIO

Os números do PIB divulgados ontem pelo IBGE confirmam uma tendência que vem preocupando os analistas econômicos: a de que a falta de investimentos pode vir a ser o gargalo para a retomada do crescimento após o período recessivo que o país atravessou no primeiro semestre.
De abril a junho, os investimentos declinaram 9% em relação ao mesmo período de 2002 (a maior queda desde o primeiro trimestre de 2002). Em relação ao primeiro trimestre, a queda foi de 6,4% -a maior desde o último trimestre de 2001 (6,5%). No primeiro semestre a queda foi de 5,4% em relação ao mesmo período de 2002.
Segundo relatório divulgado nesta semana pela consultoria Tendências, comandada, entre outros, pelo ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, as estimativas mais recentes apontam para uma taxa de investimentos de apenas 17,6% do PIB neste ano.
No ano passado a taxa foi de 18,7% do PIB -a menor em dez anos. De acordo com os analistas Fernando Montero e Julio Callegari, autores do relatório, o número estimado para este ano é comparável ao de 1984 e só é melhor que o resultado de 1967.
A Formação Bruta de Capital Fixo, definição técnica para o que, na prática, é a taxa de investimentos, tem como principais componentes a construção civil e a compra de máquinas e equipamentos.
No segundo trimestre deste ano a construção civil apresentou queda de 11,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior -o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 1992. No segundo trimestre do ano passado o setor já havia apresentado decréscimo de 5,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2001.
Segundo o economista Carlos Thadeu de Freitas, professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), a recuperação econômica que pode estar começando neste trimestre será impulsionada apenas pelo consumo.
Segundo ele, a maior dificuldade para a sustentação dessa retomada virá justamente da falta de investimentos, tanto em novos projetos industriais como em obras de infra-estrutura.


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