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POLÍTICA MONETÁRIA
Em ata, diretoria do Banco Central diz que novas quedas da taxa serão feitas de maneira gradativa
BC diz que manterá gradualismo nos juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma semana depois de reduzir
os juros básicos da economia para
22% ao ano, o Banco Central voltou a afirmar que a queda da taxa
Selic se dará de maneira gradual,
para evitar um descontrole inflacionário. O BC citou ainda a aprovação das reformas como fator
necessário para que os juros continuem caindo.
Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), divulgada ontem, o BC
afirma que o país vive hoje um
"período de transição", em que a
autoridade monetária tem por
objetivo garantir uma "convergência gradativa" das atuais taxas
de juros para um patamar de
equilíbrio que deve ser alcançado
no médio prazo.
O corte de 2,5 pontos percentuais na taxa Selic decidido pelo
BC na semana passada surpreendeu a maior parte dos analistas do
mercado financeiro e do setor
produtivo, que esperava uma
queda de 1,5 ponto. A expectativa
se baseava justamente em discursos do presidente do BC, Henrique Meirelles, feitos dias antes da
decisão do Copom. Meirelles afirmou algumas vezes que a queda
dos juros não seria feita de maneira abrupta e que a autoridade monetária manteria uma política de
gradualismo nos cortes.
Após a decisão, Meirelles defendeu que o corte de 2,5 pontos percentuais havia seguido o gradualismo defendido pelo BC -que
não significaria imobilismo.
Além do avanço nas reformas
-em especial na da Previdência,
já aprovada pela Câmara-, o recuo dos mais recentes índices de
preços é citado como outro motivo para a queda dos juros.
O BC tem como meta manter a
inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), em até 8,5% neste ano. Para
2004, a meta é de 5,5%, mas com
uma margem de tolerância de 2,5
pontos (para cima ou para baixo).
Quando entende que a inflação
pode ficar acima do desejado, o
BC eleva os juros, e vice-versa.
Ameaça
O comportamento das tarifas
públicas e dos preços dos combustíveis tem sido uma das maiores ameaças ao cumprimento das
metas do governo. Ontem, o BC
elevou para 4,9% sua projeção para o aumento esperado para o
preço dos combustíveis neste ano.
Até o mês passado, estimava-se a
alta em 0,1%.
De acordo com o BC, a mudança na projeção é consequência da
alta do dólar ocorrida nas últimas
semanas, combinada com o aumento dos preços do petróleo no
mercado internacional.
Para as tarifas de energia, o reajuste esperado pelo BC para todo
o ano de 2003 mudou de 21% para
22,3%. Para a telefonia fixa, o aumento projetado foi mantido em
25,5%.
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