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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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POLÍTICA MONETÁRIA

Em ata, diretoria do Banco Central diz que novas quedas da taxa serão feitas de maneira gradativa

BC diz que manterá gradualismo nos juros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma semana depois de reduzir os juros básicos da economia para 22% ao ano, o Banco Central voltou a afirmar que a queda da taxa Selic se dará de maneira gradual, para evitar um descontrole inflacionário. O BC citou ainda a aprovação das reformas como fator necessário para que os juros continuem caindo.
Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), divulgada ontem, o BC afirma que o país vive hoje um "período de transição", em que a autoridade monetária tem por objetivo garantir uma "convergência gradativa" das atuais taxas de juros para um patamar de equilíbrio que deve ser alcançado no médio prazo.
O corte de 2,5 pontos percentuais na taxa Selic decidido pelo BC na semana passada surpreendeu a maior parte dos analistas do mercado financeiro e do setor produtivo, que esperava uma queda de 1,5 ponto. A expectativa se baseava justamente em discursos do presidente do BC, Henrique Meirelles, feitos dias antes da decisão do Copom. Meirelles afirmou algumas vezes que a queda dos juros não seria feita de maneira abrupta e que a autoridade monetária manteria uma política de gradualismo nos cortes.
Após a decisão, Meirelles defendeu que o corte de 2,5 pontos percentuais havia seguido o gradualismo defendido pelo BC -que não significaria imobilismo.
Além do avanço nas reformas -em especial na da Previdência, já aprovada pela Câmara-, o recuo dos mais recentes índices de preços é citado como outro motivo para a queda dos juros.
O BC tem como meta manter a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), em até 8,5% neste ano. Para 2004, a meta é de 5,5%, mas com uma margem de tolerância de 2,5 pontos (para cima ou para baixo). Quando entende que a inflação pode ficar acima do desejado, o BC eleva os juros, e vice-versa.

Ameaça
O comportamento das tarifas públicas e dos preços dos combustíveis tem sido uma das maiores ameaças ao cumprimento das metas do governo. Ontem, o BC elevou para 4,9% sua projeção para o aumento esperado para o preço dos combustíveis neste ano. Até o mês passado, estimava-se a alta em 0,1%.
De acordo com o BC, a mudança na projeção é consequência da alta do dólar ocorrida nas últimas semanas, combinada com o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional.
Para as tarifas de energia, o reajuste esperado pelo BC para todo o ano de 2003 mudou de 21% para 22,3%. Para a telefonia fixa, o aumento projetado foi mantido em 25,5%.


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