São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Inflação tem nova dinâmica no Brasil, diz Mendonça de Barros

DA SUCURSAL DO RIO

O Brasil vive sob uma "nova dinâmica" de inflação que ainda não foi percebida nem por economistas nem pelo Banco Central, na qual há uma maior influência das importações.
A avaliação é do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique).
Para Mendonça de Barros, o país "tem uma dinâmica de inflação hoje que é diferente da do passado", pois vive num cenário "de uma economia aberta [às importações]" com sobra de dólares. Nos cálculos dele, há um "excedente estrutural" de moeda forte de 3% do PIB no mercado de câmbio.
Com tal ambiente, diz, os empresários sentem "confiança em fazer contratos" de longo prazo e trocar fornecedores locais por estrangeiros. "Há uma criação rápida de canais de importação." E as importações, afirma, influenciam o nível de preços. "Do ponto de vista da inflação, é uma maravilha."
Segundo o economista, as empresas nacionais "não podem aumentar preços" sob risco de que a "importação coma" seu mercado. O problema, diz Mendonça de Barros, é que nem o mercado nem o BC atentaram para o novo cenário. "Os modelos [de projeção da inflação] estão baseados em parâmetros que não existem mais."
Por isso, há o "descolamento" das previsões. Mendonça espera inflação menor do que a meta em 2007, ficando entre 3,5% e 4%. A meta é de 4,5%.
Ilan Goldfajn, economista da PUC-Rio, também acredita numa taxa inferior à meta de 2005. Ele não arrisca, porém, um percentual. (PS)


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