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Inflação tem nova dinâmica no Brasil, diz Mendonça de Barros
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil vive sob uma "nova
dinâmica" de inflação que ainda não foi percebida nem por
economistas nem pelo Banco
Central, na qual há uma maior
influência das importações.
A avaliação é do economista
Luiz Carlos Mendonça de Barros, da Quest Investimentos e
ex-ministro das Comunicações
(governo Fernando Henrique).
Para Mendonça de Barros, o
país "tem uma dinâmica de inflação hoje que é diferente da
do passado", pois vive num cenário "de uma economia aberta
[às importações]" com sobra de
dólares. Nos cálculos dele, há
um "excedente estrutural" de
moeda forte de 3% do PIB no
mercado de câmbio.
Com tal ambiente, diz, os
empresários sentem "confiança em fazer contratos" de longo
prazo e trocar fornecedores locais por estrangeiros. "Há uma
criação rápida de canais de importação." E as importações,
afirma, influenciam o nível de
preços. "Do ponto de vista da
inflação, é uma maravilha."
Segundo o economista, as
empresas nacionais "não podem aumentar preços" sob risco de que a "importação coma"
seu mercado. O problema, diz
Mendonça de Barros, é que
nem o mercado nem o BC atentaram para o novo cenário. "Os
modelos [de projeção da inflação] estão baseados em parâmetros que não existem mais."
Por isso, há o "descolamento" das previsões. Mendonça
espera inflação menor do que a
meta em 2007, ficando entre
3,5% e 4%. A meta é de 4,5%.
Ilan Goldfajn, economista da
PUC-Rio, também acredita numa taxa inferior à meta de
2005. Ele não arrisca, porém,
um percentual.
(PS)
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