São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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CRÉDITO

Cartões "roubam" clientes classe A, os que gastam mais

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma respeitável base de dados nas mãos, empresas de cartão de crédito tentam "roubar" o consumidor alheio, de alta renda, para ampliar a carteira dos chamados clientes vip. A expressão é essa: é preciso "apropriar-se" desse consumidor logo porque não há expansão considerável na faixa de clientes da classe A no segmento cartões. É esse grupo que gasta muito mais a cada compra, usa esse meio de pagamento no exterior e registra baixo calote, segundo pesquisa publicada ontem.
"É um jogo de "rouba monte". A forma de crescer é tirar espaço da carteira do outro e aí o jeito é criar ofertas e formas de fazer o consumidor de alta renda não abandonar o cartão da sua bandeira", afirmou ontem Fernando Chacon, diretor-executivo comercial da Credicard Itaú.
"As ações vão de descontos na compra de carros, segundo a freqüência de uso do cartão, acesso liberado às salas vips em aeroportos, doação de convites para shows disputados e por aí vai", diz.
Na concorrência, a cartilha é a mesma -o que não facilita em nada o trabalho das empresas. A Credicard Citi anunciou em maio que pretende trazer para o Brasil as parcerias feitas no mercado internacional, com os benefícios estendidos para os seus clientes no país. "Ainda não podemos falar o que é. Estamos negociando isso. Tem muita coisa que já foi feita, mas há novas formas de se diferenciar", diz Cintia Yamamoto, diretora de portfólio da empresa. "A questão cada vez mais é individualizar o atendimento e os serviços oferecidos", afirma ela. A companhia tem 4,4 milhões de clientes e espera dobrar o volume de negócios até 2010.
Pesquisa apresentada ontem pela Credicard Itaú mostra que os consumidores classe A -no estudo, são clientes com renda superior a R$ 2.500/mês- parcelam menos, porém valores elevados. Mais de 40% das compras com cartão de crédito são pagas em parcelas -taxa inferior à média do mercado (51%). No entanto, essa turma desembolsa 176% além da média em cada operação.
No parcelamento sem juros, o tíquete médio dessa classe estava em R$ 319 em junho de 2006, contra R$ 183 na média dos consumidores.
A expectativa da Credicard Citi é que esse mercado de cartões classe A na empresa cresça 7% em relação a 2005. Com isso, atingirá R$ 38,3 bilhões em faturamento. O volume representa 24% da movimentação total do negócio pela bandeira em 2006 (cerca de R$ 160 bilhões).


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