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CRÉDITO
Cartões "roubam" clientes classe A, os que gastam mais
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma respeitável base
de dados nas mãos, empresas
de cartão de crédito tentam
"roubar" o consumidor
alheio, de alta renda, para
ampliar a carteira dos chamados clientes vip. A expressão é essa: é preciso "apropriar-se" desse consumidor
logo porque não há expansão
considerável na faixa de
clientes da classe A no segmento cartões. É esse grupo
que gasta muito mais a cada
compra, usa esse meio de pagamento no exterior e registra baixo calote, segundo
pesquisa publicada ontem.
"É um jogo de "rouba monte". A forma de crescer é tirar
espaço da carteira do outro e
aí o jeito é criar ofertas e formas de fazer o consumidor
de alta renda não abandonar
o cartão da sua bandeira",
afirmou ontem Fernando
Chacon, diretor-executivo
comercial da Credicard Itaú.
"As ações vão de descontos
na compra de carros, segundo a freqüência de uso do
cartão, acesso liberado às salas vips em aeroportos, doação de convites para shows
disputados e por aí vai", diz.
Na concorrência, a cartilha
é a mesma -o que não facilita em nada o trabalho das
empresas. A Credicard Citi
anunciou em maio que pretende trazer para o Brasil as
parcerias feitas no mercado
internacional, com os benefícios estendidos para os seus
clientes no país. "Ainda não
podemos falar o que é. Estamos negociando isso. Tem
muita coisa que já foi feita,
mas há novas formas de se
diferenciar", diz Cintia Yamamoto, diretora de portfólio da empresa. "A questão
cada vez mais é individualizar o atendimento e os serviços oferecidos", afirma ela. A
companhia tem 4,4 milhões
de clientes e espera dobrar o
volume de negócios até 2010.
Pesquisa apresentada ontem pela Credicard Itaú
mostra que os consumidores
classe A -no estudo, são
clientes com renda superior
a R$ 2.500/mês- parcelam
menos, porém valores elevados. Mais de 40% das compras com cartão de crédito
são pagas em parcelas -taxa
inferior à média do mercado
(51%). No entanto, essa turma desembolsa 176% além
da média em cada operação.
No parcelamento sem juros, o tíquete médio dessa
classe estava em R$ 319 em
junho de 2006, contra R$ 183
na média dos consumidores.
A expectativa da Credicard
Citi é que esse mercado de
cartões classe A na empresa
cresça 7% em relação a 2005.
Com isso, atingirá R$ 38,3 bilhões em faturamento. O volume representa 24% da movimentação total do negócio
pela bandeira em 2006 (cerca de R$ 160 bilhões).
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