São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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SP quer vender mais ações da Nossa Caixa

Se venda for aprovada, Estado terá 51% do capital

DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado de São Paulo informou ontem que planeja vender cerca de R$ 810 milhões em ações ordinárias (com direito a voto) do banco estatal paulista Nossa Caixa. Se a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprovar a venda, o governo passará a ter 51% do capital da instituição financeira, o mínimo permitido pela legislação.
Em outubro de 2005, o Estado vendeu 28,7% das ações do banco por R$ 953 milhões. Desde então, papéis da estatal passaram a ser negociados no Novo Mercado da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Em comunicado enviado ontem à Bolsa, a Nossa Caixa informou que pediu à CVM o registro de oferta pública de 18,846 milhões de ações em poder do governo do Estado. A entidade responderá em 30 dias se aprova ou não a venda.
Ao preço de fechamento da última sexta-feira (R$ 43 por ação), a oferta seria de aproximadamente R$ 810 milhões. Esse valor pode aumentar em cerca de R$ 122 milhões, já que a quantidade total de papéis pode ser acrescida de um lote suplementar de até 2,827 milhões de ações ordinárias.
Segundo Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Sênior, a venda dará mais liquidez às ações. "Sempre é bom que haja maior volume de "free-float" no mercado. O Novo Mercado já tem um nível de transparência muito maior, e agora, com essa venda, as ações terão mais liquidez, o que é importante para os grandes investidores". "Free-float" é a porcentagem do capital social de uma empresa que está disperso em Bolsa.
A oferta pública será realizada sob a coordenação do banco UBS em mercado de balcão no Brasil e também com esforços de venda no exterior.
O banco ainda não definiu outras características da oferta pública, como o cronograma e as condições de compra.
No primeiro semestre, a Nossa Caixa obteve lucro líquido de R$ 289,9 milhões, o que representou um aumento de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 272,6 milhões desconsiderando ajustes devido à abertura de capital).
Já a carteira de crédito do banco cresceu 21,4%, alcançando R$ 6,8 bilhões. O banco aposta no crescimento da carteira de crédito com a migração integral da folha de pagamento dos servidores públicos do Estado de São Paulo. A previsão é que até janeiro todos os funcionários públicos paulistas sejam correntistas do banco. Em 2007, o pagamento de salário desses servidores passará a ser creditado na Nossa Caixa e não mais no Santander. Os servidores começaram a abrir conta na Nossa Caixa neste mês.


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