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Ganho do setor bancário tem alta com mais crédito e tarifas
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o resultado da Caixa
Econômica Federal, que encerrou ontem a temporada de balanços bilionários dos bancos
no primeiro semestre, as 47
maiores instituições financeiras brasileiras lucraram juntas
R$ 20,126 bilhões -resultado
24,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2006,
segundo a Austin Rating.
Mais uma vez, o lucro recorde dos bancos foi calcado na expansão das operações de crédito, um dos negócios mais lucrativos do mundo devido à diferença entre o custo dos recursos captados e o valor repassado ao tomador final, que vem
substituindo o ganho em tesouraria que os bancos tinham no
passado com os juros altos.
Outro destaque no período
foi o aumento da receita com
serviços, que inclui as tarifas
cobradas dos correntistas e somou ao todo R$ 26,639 bilhões,
um crescimento de 14,43% em
relação a 2006.
"O crescimento na receita de
serviços acontece seja pelo aumento de tarifas, seja pelo volume maior emprestado, que traz
taxas como de abertura de crédito. [Os bancos] Também ganharam com taxas de administração elevadíssimas dos fundos", disse Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating.
Para Santacreu, os juros diminuíram consideravelmente
no segmento de empresas, mas
seguem altos para pessoa física,
com exceção das taxas do financiamento de veículos e do
crédito consignado, que recuaram com maior velocidade.
Os bancos também aumentaram suas provisões para créditos duvidosos, apesar de a inadimplência seguir baixa, em
torno de 5% das carteiras. Isso
também se explica pelo maior
volume de crédito para pessoa
física, que tem inadimplência
superior ao das empresas.
Para o segundo semestre, o
lucro dos bancos vai depender
do quanto a crise financeira,
por enquanto restrita aos mercados, terá impacto na capacidade de empréstimo das instituições. O analista da Austin
Rating lembra que, no início de
agosto, os bancos interromperam a tendência de queda nos
juros ao consumidor, o que pode segurar a expansão do crédito, que cresce a um ritmo de
20% ao ano. O Banco Central
atribuiu o movimento à crise
internacional e ao aumento dos
juros no mercado futuro. "Os
bancos nem tiveram aumento
de custo de captação e já se
adiantaram com base nos juros
futuros. O crédito vai crescer,
mas talvez não com a velocidade projetada antes da crise."
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