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Região de agronegócio puxa vendas em supermercados
Volume de produtos comercializados aumenta 14,9% no Centro-Oeste no 1º semestre
Média nacional é de 3,2% no mesmo período, segundo pesquisa; estabelecimentos com 5 a 19 caixas voltam a atrair clientes no período
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O auto-serviço, que inclui de
pequenos estabelecimentos a
super e hipermercados, teve
um crescimento de 3,2% no volume vendido no primeiro semestre, com relação ao mesmo
período de 2006. Segundo pesquisa da Nielsen, feita a pedido
da Abras (Associação Brasileira
de Supermercados), o destaque
foi a área que engloba Mato
Grosso do Sul, Goiás e Distrito
Federal, com alta de 14,9%.
A recuperação do agronegócio, que tem forte influência na
economia da região Centro-Oeste, é a principal razão para o
impulso nas vendas bem acima
da média nacional. "Houve
também injeção de recursos
governamentais para o refinanciamento das dívidas [dos produtores]", completa Sussumu
Honda, presidente da Abras.
Fabiano Tito Rosa, da Scot
Consultoria, especializada em
agronegócios, avalia que nos últimos anos o setor ficou muito
dependente do desempenho do
segmento sucroalcooleiro, mas
agora há uma diversificação,
que inclui grãos e pecuária. O
segundo maior crescimento
(6,5%) no país foi registrado no
Nordeste, uma das regiões mais
beneficiadas com o aumento da
renda dos consumidores.
A pesquisa constatou ainda
que os supermercados voltaram a atrair clientes que, com
mais dinheiro no bolso, procuram unidades com um mix
maior de itens, mas ainda com a
vantagem da proximidade. Enquanto lojas que têm de 5 a 19
caixas tiveram crescimento
acima de 6% no volume vendido, os hipermercados apresentaram alta de 1,7%, e as com até
4 caixas, 0,9%.
Os supérfluos também estão
de volta aos carrinhos. Itens como sorvete, queijo, requeijão e
iogurte puxaram o crescimento
de perecíveis (10,4%), que teve
a maior participação positiva
na cesta de produtos, seguido
de bebidas alcoólicas (7,6%) e
não-alcoólicas (6,4%), com
destaque para produtos feitos à
base de soja. "São itens que tendem a ter reflexo quantitativo
imediato quando a renda cresce e são considerados supérfluos quando ela cai", explica
Claudio Felisoni, coordenador-geral do Programa de Administração do Varejo, da FIA.
No primeiro semestre, o faturamento do setor teve aumento real de 7,04%. O descompasso com a alta no volume
(3,2%) se deve à recuperação
dos preços dos alimentos.
Vendas
Já no acumulado dos sete
primeiros meses do ano, o faturamento, também divulgado
ontem, teve crescimento real
de 6,63% com relação a igual
período de 2006. Na comparação de julho com o mesmo mês
do ano passado, a alta foi de
4,21%. A cesta de 35 produtos
de largo consumo que forma o
índice AbrasMercado teve alta
real de 10,59% em julho com
relação ao mesmo mês de 2006
e de 3,15% no confronto com
junho. A expansão continua
sendo puxada pelo aumento no
preço de leite e derivados. No
fechamento do ano passado,
com relação a 2005, a cesta
apresentou queda de 0,78%.
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