São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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Região de agronegócio puxa vendas em supermercados

Volume de produtos comercializados aumenta 14,9% no Centro-Oeste no 1º semestre

Média nacional é de 3,2% no mesmo período, segundo pesquisa; estabelecimentos com 5 a 19 caixas voltam a atrair clientes no período

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

O auto-serviço, que inclui de pequenos estabelecimentos a super e hipermercados, teve um crescimento de 3,2% no volume vendido no primeiro semestre, com relação ao mesmo período de 2006. Segundo pesquisa da Nielsen, feita a pedido da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o destaque foi a área que engloba Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, com alta de 14,9%.
A recuperação do agronegócio, que tem forte influência na economia da região Centro-Oeste, é a principal razão para o impulso nas vendas bem acima da média nacional. "Houve também injeção de recursos governamentais para o refinanciamento das dívidas [dos produtores]", completa Sussumu Honda, presidente da Abras.
Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, especializada em agronegócios, avalia que nos últimos anos o setor ficou muito dependente do desempenho do segmento sucroalcooleiro, mas agora há uma diversificação, que inclui grãos e pecuária. O segundo maior crescimento (6,5%) no país foi registrado no Nordeste, uma das regiões mais beneficiadas com o aumento da renda dos consumidores.
A pesquisa constatou ainda que os supermercados voltaram a atrair clientes que, com mais dinheiro no bolso, procuram unidades com um mix maior de itens, mas ainda com a vantagem da proximidade. Enquanto lojas que têm de 5 a 19 caixas tiveram crescimento acima de 6% no volume vendido, os hipermercados apresentaram alta de 1,7%, e as com até 4 caixas, 0,9%.
Os supérfluos também estão de volta aos carrinhos. Itens como sorvete, queijo, requeijão e iogurte puxaram o crescimento de perecíveis (10,4%), que teve a maior participação positiva na cesta de produtos, seguido de bebidas alcoólicas (7,6%) e não-alcoólicas (6,4%), com destaque para produtos feitos à base de soja. "São itens que tendem a ter reflexo quantitativo imediato quando a renda cresce e são considerados supérfluos quando ela cai", explica Claudio Felisoni, coordenador-geral do Programa de Administração do Varejo, da FIA.
No primeiro semestre, o faturamento do setor teve aumento real de 7,04%. O descompasso com a alta no volume (3,2%) se deve à recuperação dos preços dos alimentos.

Vendas
Já no acumulado dos sete primeiros meses do ano, o faturamento, também divulgado ontem, teve crescimento real de 6,63% com relação a igual período de 2006. Na comparação de julho com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 4,21%. A cesta de 35 produtos de largo consumo que forma o índice AbrasMercado teve alta real de 10,59% em julho com relação ao mesmo mês de 2006 e de 3,15% no confronto com junho. A expansão continua sendo puxada pelo aumento no preço de leite e derivados. No fechamento do ano passado, com relação a 2005, a cesta apresentou queda de 0,78%.


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