São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2001

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Paim pode perder o mandato por falta de decoro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), entrou ontem com representação contra o deputado Paulo Paim (PT-RS) por falta de decoro parlamentar. A representação é o primeiro passo para a abertura de processo de cassação de mandato.
Na sessão de anteontem, durante a votação do projeto que modifica a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), Paim em protesto rasgou uma folha da Constituição e atirou o exemplar na direção do deputado Ricardo Izar (PTB-SP), atingindo, por engano, o deputado André Benassi (PSDB-SP).
Paim afirmou que atirou a Constituição em reação à declaração de Izar, que o teria chamado de "cachorro f.d.p". Ontem, Paim confirmou a versão. Izar nega que tenha usado a expressão. Izar conta que classificou de "molecagem" o ato de Paim de rasgar a Constituição e que disse "moleque sem vergonha" ao ouvir Paim dizer "repete se for homem".
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), telefonou ontem para Inocêncio para dar o apoio do partido à atitude do líder. O deputado Moroni Torgan (PFL-CE), integrante do Conselho de Ética, afirmou que Paim deve ser punido, mas não com a cassação. "Algo mais do que advertência, mas não a cassação", disse. O Código de Ética prevê, entre a advertência e a cassação, penas de suspensão de mandato.
O deputado Aloízio Mercadante (PT-SP) defendeu Paim dizendo que sua emoção é diferente da de quem nasceu ""filho de papai".


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