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Paim pode perder o mandato por falta de decoro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), entrou ontem com representação contra o
deputado Paulo Paim (PT-RS)
por falta de decoro parlamentar.
A representação é o primeiro passo para a abertura de processo de
cassação de mandato.
Na sessão de anteontem, durante a votação do projeto que modifica a CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho), Paim em protesto
rasgou uma folha da Constituição
e atirou o exemplar na direção do
deputado Ricardo Izar (PTB-SP),
atingindo, por engano, o deputado André Benassi (PSDB-SP).
Paim afirmou que atirou a
Constituição em reação à declaração de Izar, que o teria chamado
de "cachorro f.d.p". Ontem, Paim
confirmou a versão. Izar nega que
tenha usado a expressão. Izar
conta que classificou de "molecagem" o ato de Paim de rasgar a
Constituição e que disse "moleque sem vergonha" ao ouvir Paim
dizer "repete se for homem".
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), telefonou
ontem para Inocêncio para dar o
apoio do partido à atitude do líder. O deputado Moroni Torgan
(PFL-CE), integrante do Conselho de Ética, afirmou que Paim
deve ser punido, mas não com a
cassação. "Algo mais do que advertência, mas não a cassação",
disse. O Código de Ética prevê,
entre a advertência e a cassação,
penas de suspensão de mandato.
O deputado Aloízio Mercadante
(PT-SP) defendeu Paim dizendo
que sua emoção é diferente da de
quem nasceu ""filho de papai".
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